O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, concedeu uma entrevista ao Diário do Poder, abordando as recentes declarações do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, em relação a Israel. Lula acusou Israel de desrespeitar decisões da ONU e culpou os judeus pelo conflito com o grupo terrorista Hamas. Em resposta, Zonshine defendeu veementemente que o “Hamas optou pela guerra”, enfatizando que a defesa de Israel não é apenas um direito, mas uma obrigação, e que o Estado israelense continuará a agir com determinação.
“Ouvimos o discurso em Cairo e depois testemunhamos a reunião com o presidente Al-Sisi e com líderes da Liga Árabe, onde o Hamas foi mencionado, assim como as sanções israelenses e o que ocorre em Gaza. Não se trata apenas do direito de Israel à autodefesa, mas sim de uma obrigação diante da intenção do Hamas de repetir tais ações”, analisou o diplomata.
Zonshine também destacou que o grupo terrorista utiliza os palestinos como escudos humanos, operando “de dentro da população”, e ressaltou os esforços do Hamas na construção de túneis subterrâneos, visando a infraestrutura militar.
Sobre o estímulo ao antissemitismo por parte do ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoino, comparando-o ao estilo nazista que culminou no Holocausto, Zonshine alertou que “discursos dessa natureza podem incitar ações perigosas”, atribuindo tais ações à “ignorância” resultante de uma “ideologia problemática”.
O embaixador também mencionou o brasileiro Michel Nisenbaum, mantido sob o domínio do Hamas desde outubro do ano passado. “Ele está nas mãos do Hamas. Não temos informações sobre sua situação, pois o Hamas não permitiu o acesso da Cruz Vermelha ou de qualquer outra entidade internacional para obtermos informações sobre o estado dos reféns. Temos 134 pessoas detidas pelo Hamas há mais de quatro meses”, ressaltou.