O pastor Silas Malafaia voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante culto na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (21). Foi a primeira pregação pública depois da operação da Polícia Federal que apreendeu seu celular, passaporte e cadernos pessoais.
“Não tenho medo de ser preso, não tenho medo de ser retaliado, e a pior coisa é você lutar com alguém que não tenha medo. Declaro aqui, em nome de Jesus, esse homem vai ser julgado pelas leis deste país, ou pela ação de Deus, ou as duas coisas juntas, mas ele vai cair”, afirmou Malafaia.
O pastor relatou que foi abordado no Aeroporto Internacional do Galeão, quando retornava de Portugal, e disse que agentes da PF revistaram suas malas e levaram quatro cadernos, três com esboços de sermões e um com discursos de manifestações. Ele criticou ainda a retenção do passaporte, que, segundo ele, não se justifica.
Críticas a Moraes e defesa da Constituição
Malafaia declarou que suas críticas ao ministro do STF se baseiam em fundamentos constitucionais. “Todas as vezes que eu falo do ministro, eu cito a Constituição, que é a lei maior, que ele foi feito para zelar. Não xingo o ministro, porque se eu caluniar, difamar, injuriar, vai ter processo contra mim.”
Ele também repudiou o vazamento de mensagens trocadas com Jair Bolsonaro, afirmando que o conteúdo apenas reforça sua independência. “O que o vazamento trouxe? A minha integridade, a minha honestidade, de criticar o que tem que criticar, de falar bem o que tem que falar bem.”
Trajetória política e apelo religioso
Durante a pregação, Malafaia relembrou sua trajetória política, citando apoio a diferentes candidatos ao longo dos anos. Disse ter votado em Lula em 2002, apoiado Aécio Neves em 2014 e, posteriormente, Jair Bolsonaro em 2018. “Messias, para mim, só tem um: Jesus Cristo. Apenas desempenho a minha função de cidadão, de apoiar um ou outro.”
O culto terminou com um apelo à oração pelo Brasil. Citando o livro de Jeremias, o pastor disse que a paz social depende do engajamento coletivo da igreja. “Paz pessoal você só encontra em Cristo. Paz social vem quando oramos pela cidade, porque na sua paz vós tereis paz.”
Malafaia ainda frisou que a igreja como instituição não apoia candidatos. “A igreja de Jesus não apoia presidente, governador, senador, vereador, deputado. A igreja está acima disso. Quem apoia sou eu e você.”