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domingo, 24 novembro, 2024
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Eleições municipais fortalecem antipetismo e projetam acirramento para 2026

Por Alexandre Gomes

As eleições municipais de 2024 reforçaram o antipetismo como uma força política significativa, destacando o enfraquecimento do PT mesmo com Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência. Embora o partido tenha obtido avanços em comparação a 2020, elegendo 248 prefeitos, o PT está longe de recuperar o terreno que ocupava antes dos grandes escândalos de corrupção e da crise econômica, quando chegou a eleger mais de 600 prefeitos em 2016. Esse declínio do PT abre espaço para o fortalecimento de partidos como o PL de Jair Bolsonaro, que tem capitalizado sobre o desgaste petista.

Bolsonaro, que desde 2018 se consolidou como a principal liderança da direita no Brasil, vê o crescimento de seu partido como uma prova do cansaço da população com o PT. Cidades importantes, como Fortaleza e Natal, que antes eram redutos petistas, agora se tornaram palcos de disputas acirradas com candidatos bolsonaristas em posição de destaque. Em Fortaleza, André Fernandes (PL) está em empate técnico com Evandro Leitão (PT), desafiando a hegemonia petista em um estado governado pelo partido. Já em Natal, Paulinho Freire (União Brasil), aliado de Bolsonaro, lidera a disputa com ampla vantagem sobre Natália Bonavides (PT), mostrando a crescente rejeição ao petismo.

O antipetismo, que começou a ganhar força após o escândalo do Mensalão em 2005, foi impulsionado pela Lava Jato e pelo Petrolão, que expuseram esquemas de corrupção sistêmica dentro do PT. Para muitos eleitores, o PT se tornou sinônimo de corrupção, má gestão e crises econômicas, especialmente durante o governo de Dilma Rousseff. O cientista político Paulo Kramer destaca que a Operação Lava Jato e a crise econômica que atingiu o país durante a administração petista foram cruciais para que o antipetismo alcançasse até setores que antes eram neutros ou apoiavam o partido.

Além disso, o lulismo, apesar de ainda mobilizar parte das classes populares, parece incapaz de conter o avanço do sentimento antipetista. Lula, embora carismático, carrega o peso de seu passado político envolvido em escândalos e a má gestão econômica que marcou seus sucessores. A narrativa de “superação” pessoal do presidente não é suficiente para reverter a rejeição crescente ao PT, especialmente entre aqueles que se sentem traídos pelos anos de desgoverno e corrupção.

Nas eleições de 2024, o PL de Bolsonaro se consolidou como a maior força de oposição ao PT, superando o partido em várias cidades do Nordeste, onde Lula sempre teve forte apoio. Jair Bolsonaro continua a ser uma figura central para a direita, e o fortalecimento de seu partido nas eleições municipais reflete a insatisfação de grande parte da população com as políticas petistas. O cientista político Adriano Cerqueira argumenta que o antipetismo permanece forte devido aos problemas administrativos e econômicos do atual governo, como o aumento das despesas públicas e a perda de valor do real.

Com o crescimento do PL e o enfraquecimento do PT, a tendência é que a polarização entre bolsonarismo e lulismo se intensifique, levando a um cenário ainda mais acirrado para as eleições de 2026. O antipetismo, impulsionado pela memória dos escândalos de corrupção e pela má gestão econômica, deve continuar a moldar o cenário político brasileiro nos próximos anos, desafiando o PT e seus aliados em todo o país.

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