O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, em entrevista à CNN nesta quinta-feira (30), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deseja vê-lo preso. Durante a conversa, Eduardo abordou temas como a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, e o suposto planejamento de um golpe de Estado em 2022.
‘Golpe sem armas e sem apoio das Forças Armadas’, diz Eduardo
Negando qualquer intenção de golpe, o deputado ironizou as acusações, argumentando que não há lógica em um suposto plano de tomada de poder sem apoio militar e sem uso de força.
“Querem nos fazer crer que Bolsonaro deixou a Presidência para liderar um golpe sem armas, sem apoio das Forças Armadas e estando nos Estados Unidos”, afirmou.
Eduardo também destacou que Bolsonaro reconheceu o resultado das eleições ao nomear um comandante do Exército indicado por Lula antes de deixar o cargo, garantindo uma transição pacífica para o novo governo.
“Você não vê reclamação por parte de pessoas do governo. Todas as informações foram abertas para os futuros ministros. Pessoas indicadas por Lula foram nomeadas enquanto Bolsonaro ainda era presidente.”
Críticas a Moraes e desconfiança no STF
O parlamentar reiterou que, se houvesse qualquer crime cometido por Bolsonaro, a informação já teria sido amplamente divulgada.
“Caso tivesse algum crime, o Alexandre de Moraes seria o primeiro a abrir a delação do Cid para todo mundo ver”, declarou.
Eduardo também criticou a atuação de Moraes à frente do inquérito, comparando sua postura à de um inquisidor medieval.
“O Cid já apresentou mais de dez versões para a Polícia Federal. Antes de mandar o inquérito para a PGR, Moraes ouviu o Cid de novo. A pessoa que se diz vítima julga, investiga, decreta ações da PF… Quem dera se estivéssemos no período medieval. A inquisição seria muito mais tranquila.”
O deputado reforçou que não acredita em um julgamento justo por parte do STF, mas sim na mobilização popular.
‘Moraes me persegue há anos’
Eduardo Bolsonaro acusou Moraes de perseguição à família Bolsonaro, citando reportagens do jornalista Glenn Greenwald que apontaram ordens do ministro para ações contra ele e outros membros da família.
“O Alexandre de Moraes quer me ver preso”, disse. “Provavelmente, só não fui preso por causa da matéria do Greenwald.”
Ele também afirmou que a tentativa de associá-lo ao argentino Fernando Cerimedo seria uma estratégia para justificar uma possível prisão.
Expectativa para 2026
Eduardo Bolsonaro demonstrou confiança na reversão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, comparando a situação do ex-presidente com a de Donald Trump nos Estados Unidos.
“Trump foi acusado de ingerência eleitoral e de instigar os protestos no Capitólio, mas, em novembro de 2024, a Justiça dos EUA arquivou o processo”, afirmou.
O deputado acredita que a reabilitação política de Bolsonaro poderá ocorrer da mesma forma, permitindo sua candidatura nas eleições presidenciais de 2026.
