O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que não pretende retornar ao Brasil enquanto Alexandre de Moraes permanecer como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à CNN Arena, nesta quarta-feira (19), o parlamentar alegou temer perseguição política e sugeriu que sua volta só ocorreria em um cenário político diferente, possivelmente em 2026, ano de novas eleições gerais.
“Eu só terei tranquilidade para retornar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou for posto no devido lugar dele”, afirmou. “Não tem a possibilidade de eu retornar ao Brasil. Eu não serei mais um inocente preso para ver minha esposa visitar presídio e meus filhos crescerem sem minha presença. Isso daí não é justiça, isso daí não é democracia.”
Possível candidatura ao Senado e licença do mandato
Eduardo também mencionou a possibilidade de retornar ao país para concorrer ao Senado em 2026, mas ponderou que isso dependerá de mudanças significativas no cenário político. Na última terça-feira (18), ele anunciou sua licença do mandato na Câmara dos Deputados por 122 dias, sendo 120 dias por motivos pessoais e dois por tratamento de saúde. Durante esse período, ele não receberá salário e será substituído pelo suplente José Olímpio (PL-SP).
Críticas ao STF e ao governo Lula
Na entrevista, Eduardo voltou a criticar Alexandre de Moraes, a quem acusa de abusar do poder e perseguir opositores do governo. O parlamentar também atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerindo que há uma aliança informal entre o governo e o ministro do STF.
“O Alexandre de Moraes está abusando e desrespeitando a soberania norte-americana”, disse Eduardo. “Se ele expulsar empresas norte-americanas do Brasil, com o Trump presidente, isso será visto como uma situação de guerra comercial. Porque o que chega aqui fora não é o Moraes, é o Brasil.”
Ele também afirmou que Lula “não para de criticar Trump”, e que essa postura, somada às decisões de Moraes, pode comprometer as relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e os EUA, especialmente se Donald Trump voltar à Casa Branca.
A permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos ocorre em meio ao acirramento da crise entre setores da direita e o Judiciário brasileiro, em especial o STF, que recentemente aceitou denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe.
