O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) formalizou nesta quinta-feira (20) seu pedido de licença da Câmara dos Deputados por 122 dias. O requerimento foi entregue à Casa e confirmado pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).
Segundo o ofício, o afastamento será dividido entre dois dias para tratamento de saúde e 120 dias por motivos de interesse particular. Por ultrapassar o prazo de quatro meses, o regimento da Câmara exige a convocação de um suplente, que, neste caso, será o missionário José Olímpio (PL-SP).
Durante o período, Eduardo não receberá salário, que atualmente é de R$ 46 mil mensais para um deputado federal, já que a licença por interesse pessoal não prevê remuneração.
Deputado permanece nos EUA
Eduardo Bolsonaro está atualmente nos Estados Unidos, onde afirma que atuará para denunciar violações à liberdade de expressão no Brasil e buscar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem acusa de abuso de autoridade.
Em transmissão ao vivo realizada durante o aniversário de 70 anos de Jair Bolsonaro, o deputado reforçou que pretende pedir asilo político ao governo norte-americano, alegando estar sendo perseguido politicamente no Brasil.
“Estou sendo perseguido. Meu passaporte pode ser apreendido, e há risco real de prisão injusta. Minha luta agora é internacional, em defesa da liberdade e da democracia”, declarou.
Clima de tensão com o STF
O afastamento ocorre no contexto da crescente tensão entre parlamentares da oposição e o Supremo Tribunal Federal, especialmente após a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado.
Eduardo já havia feito duras críticas a Moraes e à Polícia Federal, a quem comparou à “Gestapo”, a polícia secreta da Alemanha nazista. Sua permanência no exterior, somada à intenção de pedir asilo, marca um novo capítulo na escalada de confronto entre o bolsonarismo e o Judiciário brasileiro.