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domingo, 6 outubro, 2024
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Economia em risco: Lula complica meta de inflação com sua conduta política e fiscal

Por Marina B.

Na semana passada, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persistiu em criticar de maneira imprudente o Banco Central e sua política monetária em diversas entrevistas.

O presidente questionou a taxa de juros de 10,5% ao ano sem compreender suas razões, entre outras críticas, e insinuou que tudo mudará quando seu indicado assumir o comando da instituição.

Quem consultar o mais recente Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em 27 de quinta-feira, encontrará justificativas para a política restritiva. Também descobrirá que as projeções de inflação para 2025 e este ano aumentaram desde a última edição, em março.

Além disso, verá que os riscos para o controle dos preços estão aumentando, exacerbados por suas intervenções desastrosas, que apenas complicam o trabalho do Banco Central sem trazer benefícios — nem para seu governo, nem para o país.

O relatório atualiza duas variáveis que impactam a projeção do IPCA e, consequentemente, a taxa básica de juros.

Primeiramente, há a estimativa da chamada taxa Selic neutra, que possibilita o alinhamento do crescimento econômico ao seu potencial e, ao mesmo tempo, mantém a inflação próxima à meta de 3% ao ano. Segundo o BC, essa taxa subiu de 4,5% para 4,75%, embora diversas metodologias e projeções do setor privado sugiram um valor ainda mais elevado, próximo de 5%. Parte desse aumento é atribuído aos gastos públicos, que estimulam a demanda e elevam os preços.

A consequência prática da conduta fiscal do Executivo é a necessidade de uma política monetária mais rigorosa do que o inicialmente previsto para conter a inflação.

Outra atualização significativa no relatório é a constatação de que não há mais folga na economia. Anteriormente, segundo cálculos do BC, havia capacidade ociosa e espaço para expandir a atividade sem pressionar os preços.

Com todos esses fatores em jogo, tornou-se mais desafiador atingir a meta de inflação, especialmente diante de taxas de juros internacionais mais elevadas do que o esperado anteriormente. Até o momento, o governo tem apenas atrapalhado, sem sinal de que Lula esteja inclinado a mudar de curso.

A boa notícia é a formalização de um novo padrão para o cumprimento contínuo e independente da meta de inflação, mantida em 3% com uma tolerância de 1,5 ponto percentual.

Se o IPCA acumulado em 12 meses ultrapassar o limite superior por mais de seis meses, isso será considerado um descumprimento, exigindo explicações do BC. Alterações só serão implementadas com um prazo mínimo de 36 meses.

Assim, promove-se um refinamento técnico, enquanto o ruído político persiste como obstáculo a ser superado.

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