Os resultados das eleições municipais deste domingo, 6, demonstraram que a influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o eleitorado brasileiro parece cada vez menor. Durante a campanha, o petista visitou 22 cidades para apoiar candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) ou de siglas aliadas. No entanto, apenas seis desses candidatos conseguiram vencer ou alcançar o segundo turno.
Durante o período de campanha, Lula viajou a várias cidades onde anunciou investimentos do governo federal e obras nas respectivas regiões. No total, o presidente visitou 26 municípios, mas em quatro deles não declarou apoio oficial a nenhum candidato. Eduardo Paes (PSD) foi o único político apoiado por Lula que obteve a reeleição, vencendo no Rio de Janeiro com mais de 60% dos votos válidos. Apesar da simpatia de Lula, Paes evitou associar-se claramente à imagem do presidente devido à rejeição.
Em São Paulo, Lula deu apoio discreto a Guilherme Boulos (Psol), candidato a prefeito. Boulos passou para o segundo turno com 29,07% dos votos válidos e vai disputar a prefeitura com Ricardo Nunes (MDB), que conquistou 29,48% dos votos. A participação discreta de Lula na campanha paulistana gerou mal-estar entre os aliados, e parte da oposição acredita que a passagem de Boulos para o segundo turno se deve mais aos erros de campanha do candidato do PRTB, Pablo Marçal, do que ao apoio de Lula.
O fraco desempenho do PT nas eleições municipais foi minimizado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Ela justificou o impacto negativo de Lula nas eleições afirmando que o petista teve muitos problemas neste ano, como as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas em várias partes do país. Em análise geral sobre os resultados, Gleisi afirmou que o desempenho do partido não foi ruim e que houve uma melhora em comparação a 2020, destacando que o PT vive um processo de recuperação e reorganização.