No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a dívida pública do Brasil tem apresentado crescimento alarmante. Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado que monitora as contas públicas, a “Dívida Bruta do Governo Geral” deve atingir 82,21% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2025, o que representa um aumento de 2,2 pontos percentuais.
A situação chama atenção porque, neste milênio, a única outra ocasião em que a dívida pública superou a marca de 80% do PIB foi em 2020, no auge da pandemia de COVID-19, quando gastos emergenciais com saúde e assistência social pressionaram as contas públicas.
Agora, sem a justificativa de uma crise sanitária global, o crescimento do endividamento gera questionamentos sobre as escolhas econômicas da gestão Lula.
Comparações com o governo anterior
No primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, com Paulo Guedes à frente da equipe econômica, a dívida pública foi reduzida de 75,3% para 74,4% do PIB.
Apesar do impacto inicial da pandemia em 2020, que fez a dívida saltar para 86,9%, Bolsonaro conseguiu reverter parte do quadro nos anos seguintes: em 2021, a dívida caiu para 78,3%, e, em 2022, chegou a 73,5%.
Esses números contrastam com o cenário atual, em que o endividamento já atinge 80,01% do PIB em 2023. A perspectiva de um crescimento econômico modesto, de apenas 1,8% em 2025, segundo projeções da IFI, reforça a preocupação com a capacidade do governo de conter o avanço da dívida pública.
Especialistas apontam que o aumento da dívida pública no governo Lula reflete escolhas que priorizam a expansão de gastos em detrimento de ajustes estruturais. Políticas como a ampliação de programas sociais e a falta de reformas fiscais robustas têm sido alvo de críticas, especialmente de economistas liberais.
Além disso, a perspectiva de crescimento econômico limitado complica ainda mais a gestão da dívida. Com um PIB que cresce lentamente, a capacidade do governo de arrecadar receitas suficientes para equilibrar as contas públicas fica comprometida, aumentando o risco de uma crise fiscal no médio prazo.
A responsabilidade fiscal em xeque
Os dados da IFI acendem um alerta sobre a necessidade de um debate mais profundo sobre a responsabilidade fiscal no Brasil. Sem medidas efetivas para controlar o endividamento, o país pode enfrentar dificuldades para atrair investimentos e manter a confiança de mercados e investidores.
A condução econômica do governo Lula, marcada por um aumento expressivo da dívida pública em um curto período, reforça as preocupações dos brasileiros sobre a sustentabilidade das contas públicas e o futuro da economia brasileira.