A recente eleição municipal demonstrou, mais uma vez, a força política de Jair Bolsonaro e seu papel central na direita brasileira. Com candidatos apoiados por ele alcançando vitórias expressivas ou avançando para o segundo turno em 17 das 26 capitais em disputa, fica claro que o ex-presidente permanece é a liderança de peso em todo o país, influenciando diretamente o cenário político e a organização da direita.
Em São Paulo, maior cidade do Brasil, o desempenho de Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, exemplifica o poder de mobilização da direita bolsonarista. O atual prefeito terminou o primeiro turno à frente de Guilherme Boulos (PSOL), um dos principais nomes da esquerda, consolidando uma disputa que reflete a polarização nacional. O apoio de Bolsonaro certamente contribuiu para esse resultado, mostrando a força do ex-presidente na capital paulista.
Em cidades do Sudeste, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a influência de Bolsonaro também foi determinante. Bruno Engler (PL), apoiado pelo ex-presidente, liderou a disputa na capital mineira, enquanto Alexandre Ramagem (PL) conquistou um terço dos votos no Rio de Janeiro, mesmo contra o favoritismo de Eduardo Paes (PSD). A votação expressiva de Carlos Bolsonaro como vereador do Rio reforça a força da família Bolsonaro no cenário carioca.
No Sul do Brasil, Bolsonaro também mostrou seu poder de articulação política. Em Florianópolis, o prefeito Topázio Neto (PSD) foi reeleito com folga, e em Porto Alegre, o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), quase venceu no primeiro turno, contando com o apoio bolsonarista. Curitiba foi palco de uma disputa entre duas figuras da direita, ambas ligadas ao ex-presidente, o que evidencia a consolidação de Bolsonaro como um grande articulador da direita na região.
O Nordeste, região onde Bolsonaro enfrentou maiores dificuldades nas eleições presidenciais, também mostrou sinais de mudança. Em Maceió, João Henrique Caldas (JHC), candidato de Bolsonaro, foi reeleito com uma vitória esmagadora no primeiro turno. Em outras capitais, como Fortaleza e Aracaju, candidatos de direita também saíram na frente, demonstrando que o discurso bolsonarista começa a encontrar mais espaço mesmo em redutos historicamente favoráveis à esquerda.
No Centro-Oeste e no Norte, tradicionalmente mais alinhados à direita, a influência de Bolsonaro foi determinante. Em Goiânia, Cuiabá e Boa Vista, os candidatos bolsonaristas lideraram a disputa ou venceram com grande margem, confirmando o favoritismo da direita nessas regiões. Abílio Brunini (PL), em Cuiabá, por exemplo, vai para o segundo turno como o grande favorito, enquanto Arthur Henrique (MDB) foi reeleito com 75,1% dos votos em Boa Vista.
Bolsonaro, mesmo fora do Palácio do Planalto, continua exercendo uma liderança política marcante, especialmente dentro do campo conservador. Seu apoio a candidatos nas eleições municipais mostrou que seu capital político está longe de se esgotar. O sucesso da direita nas capitais e grandes cidades sugere que, ao contrário das previsões de alguns analistas, o bolsonarismo segue forte e mobilizado, sendo uma força decisiva para as eleições de 2026.
Essa resiliência política reflete a habilidade de Bolsonaro em articular alianças e moldar uma narrativa que ainda reverbera em grande parte do eleitorado. Ao longo dos últimos anos, ele se consolidou como um líder capaz de agregar a direita, promover suas pautas e mobilizar uma base que se mantém fiel, apesar das críticas que enfrenta.
Com essas vitórias, Bolsonaro não apenas reforça sua posição como uma figura central na política brasileira, mas também pavimenta o caminho para fortalecer o campo conservador nas próximas disputas eleitorais. Ele permanece uma referência espetacular para a direita, e sua liderança continua a ser um ponto de convergência para os conservadores em todo o Brasil.