A Amazônia está enfrentando o pior cenário de manipulação florestal em 15 anos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Imazon). O relatório, que utiliza monitoramento por imagens de satélite, aponta para um aumento drástico na degradação da floresta, expondo falhas graves na política ambiental do governo Lula.
Entre janeiro e outubro de 2024, mais de 32.869 quilômetros quadrados de floresta foram degradados — o equivalente a 10 mil campos de futebol destruídos por dia. Este número é quase três vezes maior que o recorde anterior de 2017, quando 11.453 km² haviam sido degradados no mesmo período.
Explosão de queimadas e destruição
O relatório destaca que apenas em outubro deste ano, 6.623 km² de floresta foram degradados, uma área equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Esse número é quatro vezes maior do que o registrado no mesmo mês de 2023, quando foram registrados 1.554 km².
O aumento significativo é atribuído às queimadas, exploração madeireira e outras atividades ilegais que se intensificaram sob uma gestão que, segundo críticos, falha em combater crimes ambientais e não prioriza o fortalecimento da fiscalização.
Falhas na política ambiental do governo Lula
O governo Lula, que assumiu com promessas de priorizar a preservação ambiental, tem enfrentado duras críticas por não conseguir frear o desmatamento e a degradação da Amazônia. As metas anunciadas de redução de emissões de carbono e proteção das florestas parecem distantes da realidade, evidenciada pelos números crescentes de destruição.
Especialistas apontam problemas como:
- Falta de fiscalização efetiva: Redução no orçamento e nas operações do Ibama e ICMBio.
- Impunidade para infratores ambientais: A morosidade nas punições incentiva atividades ilegais.
- Políticas insuficientes para combater o fogo e a exploração ilegal.
Impactos socioeconômicos e ambientais
A degradação da floresta não apenas ameaça a biodiversidade, mas também coloca em risco comunidades indígenas, a economia local e a imagem do Brasil no cenário internacional. A destruição florestal está diretamente relacionada ao agravamento das mudanças climáticas e pode comprometer acordos comerciais com países que demandam maior sustentabilidade.
Pressão interna e externa
A comunidade internacional e ativistas ambientais têm cobrado ações mais contundentes do governo brasileiro. A COP30, que será realizada em 2025 no Brasil, aumenta a pressão para que o país demonstre comprometimento com a proteção ambiental.
Enquanto isso, a inércia do governo Lula diante do avanço da destruição na Amazônia pode comprometer sua credibilidade global, colocando em xeque a liderança ambiental prometida durante a campanha eleitoral.