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terça-feira, 15 abril, 2025
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Desmatamento dispara no Cerrado e na Amazônia sob o governo Lula, apesar de discurso ambiental

Por Alexandre Gomes

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta crescentes críticas por conta do aumento do desmatamento nos principais biomas brasileiros, em especial o Cerrado e a Amazônia Legal. Apesar da retórica ambientalista que marcou a campanha de Lula e a presença simbólica de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, os números apontam na direção contrária do prometido.

Em 2024, o Cerrado perdeu quase 6 mil km² de vegetação nativa, após já ter registrado uma devastação de quase 8 mil km² em 2023. Nos dois primeiros anos da atual gestão, o desmatamento nesse bioma superou os índices dos anos iniciais do governo Bolsonaro. Entre 2019 e 2020, foram pouco menos de 9,5 mil km², enquanto nos dois anos iniciais da atual administração já são quase 14 mil km².

O cenário na Amazônia Legal também preocupa. Dados do Inpe apontam que 34 mil km² foram devastados em 2024. O número de alertas de desmatamento atingiu um recorde histórico, com 17 mil km² identificados em sistemas de monitoramento.

Além disso, as queimadas voltaram a níveis alarmantes. Somente nos dois primeiros meses de 2025, 806 mil hectares foram destruídos pelo fogo em todo o país. O Pantanal, que havia registrado melhorias sob a gestão anterior, voltou a sofrer perdas em escala catastrófica, com 3 milhões de hectares queimados em 2024, o equivalente a 17% do bioma. Isso representa quatro vezes mais que os danos registrados em 2021 e 2022 somados.

Internamente, Marina Silva enfrenta isolamento político dentro do governo e pouca autonomia. O cenário repete o desgaste que resultou em sua saída do cargo em 2008, quando decisões estratégicas como o avanço de hidrelétricas e da produção de soja foram tomadas sem sua participação. Hoje, a pasta está enfraquecida e cercada por um secretariado mais político do que técnico.

O contraste entre os dados alarmantes e os discursos em fóruns internacionais — como a COP e encontros do G7 — coloca em xeque a credibilidade ambiental do governo. Enquanto Lula promete protagonismo climático no exterior, os biomas brasileiros sofrem com a expansão do desmatamento e das queimadas em ritmo acelerado.

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