O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está sob pressão para explicar o aumento alarmante de queimadas na Amazônia no início de 2024. Apesar de sua plataforma ambientalista, Lula enfrenta um recorde de queimadas na região, especialmente em Roraima, durante um período incomum, o mês de fevereiro.
Lembrando que durante a sua campanha, além de criticar o ex-presidente Bolsonaro, prometeu desmatamento zero.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), fevereiro de 2024 viu o maior número de focos de queimadas para o mês desde 1999. Enquanto em fevereiro de 2023 foram registradas 734 queimadas na Amazônia, no mesmo período de 2024, já são alarmantes 2.940.
Embora o governo Lula tenha enfatizado uma queda de 50% nos índices de desmatamento em comparação com a gestão anterior de Jair Bolsonaro (PL), as ações contra queimadas receberam menos destaque. Em outubro de 2023, quando as queimadas aumentaram 60%, Lula atribuiu a situação ao governo anterior, ao vento e à seca.
Agora, confrontado com o recorde de queimadas em fevereiro, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama culpam a estiagem prolongada, intensificada pelas mudanças climáticas e pelo forte fenômeno El Niño.
A população de Roraima está sofrendo com as queimadas e a estiagem, com sete dos 15 municípios em estado de emergência devido à falta de água. A situação é agravada pelo baixo nível do rio Branco, que afeta o abastecimento de água na capital.
Diante desse cenário, o governo estadual convocou prefeitos para desenvolver um plano abrangente de combate aos incêndios e à escassez de água. No entanto, medidas preventivas específicas não foram anunciadas recentemente pelo governo federal.
A solução para o problema, segundo o pesquisador Evaristo de Miranda, está na disseminação de tecnologias que substituam o uso do fogo na agricultura. Governistas e ativistas do clima, no entanto, permanecem em silêncio, enquanto a oposição cobra ação e mobilização, como ocorreu em anos anteriores.
