Uma pequena parcela dos brasileiros identificados com o centro do espectro político apostou na eleição de Lula em 2022, acreditando que ele protegeria a democracia. Essa crença, no entanto, revelou-se uma ilusão alimentada por um grupo político que nunca se comprometeu verdadeiramente com os valores democráticos, mas utilizou o conceito como uma ferramenta para alcançar o poder.
A recente declaração de Lula, que efetivamente apoia o regime ditatorial de Nicolás Maduro na Venezuela, expôs a farsa. O presidente afirmou que as controvérsias seriam esclarecidas quando “se apresentarem as atas”, que, como brinca um site satírico, estariam sendo elaboradas pelos ex-diretores das Lojas Americanas.
Há vários exemplos de como Lula e o PT agiram contra a democracia. O fim do regime militar de 1964 se deu com a eleição indireta de Tancredo Neves em janeiro de 1985, e o PT votou contra Tancredo. O partido também se recusou a assinar a Constituição de 1988, que consolidou a democracia no Brasil.
Lula, inclusive, já fez elogios a Hitler e, em seu governo, tentou criar um conselho para restringir a liberdade de imprensa. Esses atos foram inicialmente vistos como descuidos de um líder bem-intencionado, mas talvez o autoritarismo seja, na verdade, uma característica fundamental de sua liderança. Sua biografia escrita por Fernando Morais revela que Lula apoiou o golpe de 1964.
As inclinações do PT e de Lula em relação a regimes autocráticos, como o de Putin na Rússia, as ditaduras cubana e nicaraguense, e o autoritarismo de Maduro, mostram que o núcleo do pensamento do partido sempre foi antiamericano e despótico. Para o PT e Lula, a democracia é uma palavra que serve apenas para alcançar o poder, não um valor genuíno.
Questiona-se ao presidente: é normal sequestrar líderes da oposição? É normal que sete milhões de pessoas abandonem seu país natal após construírem suas vidas lá? É aceitável o apagão de transparência entre o fim da eleição e a divulgação do resultado? É normal que onze pessoas morram e setecentas sejam presas por questionar um resultado eleitoral suspeito? Para o presidente, nada disso parece grave.
Os líderes do petismo parecem incapazes de superar a queda do Muro de Berlim e a dissolução da União Soviética. Mantêm um ódio ao capitalismo e aos valores da sociedade aberta, como a liberdade de expressão. Buscam o controle estatal sobre empresas, processos econômicos e opiniões.
Após Celso Amorim e a nota do PT defendendo Maduro, havia uma esperança de que Lula pudesse corrigir esses desvios. Contudo, a declaração recente mostrou que ele está ao lado dos tiranos. Talvez tenha sempre estado, mas decidiu remover a máscara.
Que o eleitor de centro que confiou em Lula e o elegeu por uma margem mínima se vingue em 2026, votando em um candidato que realmente defenda a democracia e não a veja como um valor a ser descartado a qualquer momento.
*Com informações do Estadão
