A perícia médica do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) promoveu uma paralisação nesta quarta-feira (24), com outra greve agendada para o dia 31 de janeiro. A categoria está reivindicando um reajuste salarial de 23%, a contratação de 1.500 novos peritos e a formulação de um plano de carreira. Já haviam interrompido as atividades por 24 horas em 17 de janeiro, e desde então não houve resposta do governo às demandas, de acordo com a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social).
O presidente da organização, Luiz Carlos de Teive e Argolo, afirmou: “Caso o governo mantenha sua inércia e descaso em relação às reivindicações, a categoria cogita continuar com as paralisações pontuais e, até mesmo, instaurar um movimento paredista por tempo indeterminado.” A Perícia Médica Federal está vinculada diretamente à União desde 2019, antes sendo responsabilidade do Ministério da Previdência Social.
A autarquia do INSS expressou preocupação com o movimento grevista, destacando que quando uma carreira tão crucial como a perícia para de atender, as pessoas ficam sem acesso aos benefícios para se sustentar, considerando isso como um problema grave, segundo o presidente Alessandro Stefanutto em entrevista ao Poder360 na terça-feira (23).
O INSS está tomando medidas para evitar que novas paralisações afetem o andamento da fila de pedidos, que atualmente possui 1,5 milhão de solicitações em análise. O tempo de concessão atingiu a menor espera deste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 47 dias. A ANMP argumenta que, embora a categoria esteja vinculada ao INSS, o instituto poderia colaborar nas negociações, mas afirma que não há mobilização nessa direção, devido ao descaso em relação aos servidores e à sociedade. O INSS reconhece o direito grevista, mas destaca que o beneficiário não pode ficar sem condições de pagar suas contas.