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quarta-feira, 18 setembro, 2024
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Desempenho da esquerda em eleições municipais diminui: Menos da metade dos municípios com candidatos

Por Marina B.

Segundo o Poder360, mais da metade dos municípios brasileiros não terá candidatos de partidos de esquerda disputando a prefeitura em 2024. A situação é ainda mais crítica nas cidades com menos de 10.000 habitantes: das 2.466 cidades nesta faixa populacional, 1.558 (ou 63% do total) não contarão com nenhum candidato de esquerda.

“O desempenho da esquerda é historicamente melhor em grandes cidades, onde seu discurso é mais compreendido. Em cidades menores, a comunicação é dificultada pela influência de famílias tradicionais, sociedades conservadoras e uma menor presença de civilidade organizada”, afirma Eduardo Grin, cientista político e professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas – São Paulo).

Por outro lado, os partidos de esquerda estão presentes em 96% dos municípios com mais de 200 mil habitantes. No grupo das 103 cidades que terão 2º turno (com mais de 200 mil eleitores), apenas Parauapebas (PA) não tem candidatos de esquerda.

A estratégia dos partidos de esquerda de focar em cidades maiores ainda não tem mostrado resultados significativos. Em 24 capitais analisadas recentemente pela Quaest, apenas João Campos (PSB) se destaca com uma grande vantagem, podendo vencer em Recife no 1º turno. Em outras cidades como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Teresina, os candidatos de esquerda estão bem posicionados, liderando ou próximos à liderança.

Considerando o Brasil como um todo, 2.859 das 5.569 cidades com eleições em 2024 não terão candidatos de esquerda, representando 51% das cidades. Esse percentual é significativamente maior do que o de cidades sem candidatos de direita (21%).

Este é o menor nível de presença de partidos de esquerda nas disputas municipais em 20 anos. O percentual mais baixo registrado nos últimos 24 anos foi em 2000, com apenas 42% das cidades tendo candidatos de esquerda. Desde a eleição de Lula em 2003, a presença de partidos de esquerda aumentou, alcançando 63% em 2012. No entanto, desde 2016, esse número tem diminuído, uma queda que foi precedida pelas revelações da Operação Lava Jato e pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Eduardo Grin aponta alguns fatores para essa retração na presença de candidatos de esquerda:

  1. Cláusula de Desempenho: Aumento das exigências mínimas para partidos receberem recursos públicos tem ameaçado partidos como PC do B, PV e Rede, que precisam priorizar candidaturas mais competitivas para garantir sua sobrevivência.
  2. Emendas: O aumento da distribuição de recursos federais para cidades governadas pelo Centrão tornou as eleições mais competitivas, desestimulando a competição contra candidatos de esquerda.
  3. Governo Federal: Após assumir em 2003, Lula tentou expandir a presença de partidos de esquerda em cidades menores, mas essa presença diminuiu após a Lava-Jato. A esquerda tem tentado recuperar seu protagonismo nos últimos dois anos, mas enfrenta desafios significativos em um cenário de fortalecimento dos atuais prefeitos.

Metodologia

A classificação dos partidos segue o artigo “Uma Nova Classificação Ideológica dos Partidos Políticos Brasileiros”, elaborado por cientistas políticos da UFPR (Universidade Federal do Paraná), com algumas adaptações recentes. As classificações são as seguintes:

  • Partidos de Esquerda: PT, PSB, PDT, PCO, Psol, PSTU, PCB, PC do B, UP, Rede e PV.
  • Partidos de Direita: PP, PPB, PSDB, União Brasil, PRB, Republicanos, PSL, PL, Prona, Novo, PFL, DEM, PSC, PRTB, Patriota e PRD.

As informações são do Poder360.

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