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terça-feira, 24 setembro, 2024
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Desastre no Governo: Lula enfrenta fuga de criminosos, pedido de impeachment e escândalo de aborto

Por Alexandre G.

Nos últimos quinze dias, a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ganhou três armas poderosas que ressoam com os valores fundamentais da direita brasileira: família, religião e segurança pública.

Tudo começou com a fuga de dois criminosos ligados ao Comando Vermelho da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, durante a madrugada de quarta-feira de cinzas.

Esse incidente sem precedentes, colocou uma crise nas mãos do novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que assumiu o cargo após sua saída do Supremo Tribunal Federal. Com apenas 14 dias no cargo, Lewandowski foi informado sobre a intenção de convocá-lo à Câmara e ao Senado para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.

Apenas quatro dias depois, enquanto as autoridades procuravam pelos fugitivos, Lula fez uma declaração durante uma viagem à Etiópia, que desencadeou o maior pedido de impeachment contra ele até então.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.

Liderado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), o pedido de impeachment reuniu 140 assinaturas na Câmara Federal, acusando Lula de crime de responsabilidade, por “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”. Até mesmo deputados de partidos aliados endossaram a ofensiva.

O terceiro acontecimento que agitou a oposição, foi a nota técnica sobre o aborto emitida pelo Ministério da Saúde. Embora tenha sido revogada logo após sua publicação, o documento propunha reduzir o prazo dos abortos legais de 21 semanas para 9 meses.

A repercussão foi extremamente negativa, pois além de ressuscitar uma pauta adormecida desde setembro, quando Rosa Weber votou pela legalização do aborto em sua despedida do STF, o governo também admitiu publicamente que a nota não passou por todas as instâncias necessárias.

Nísia Trindade, ministra da Saúde, já estava na mira dos opositores de Lula devido à disputa por cargos do ministério nos estados e à situação da dengue no país. O orçamento da pasta é um dos maiores, ultrapassando os R$ 200 bilhões em 2024.

Mesmo sendo revogada, a nota técnica gerou tanta polêmica que o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), discutiu o assunto com representantes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Com esses acontecimentos, o governo acabou desviando a atenção da nova fase da carreira de Lewandowski, das atividades internacionais de Lula como mediador de conflitos no Sul Global e dos esforços do Ministério da Saúde no combate à dengue.

Os aliados do presidente podem argumentar que as declarações sobre Israel foram calculadas, que a fuga em Mossoró foi resultado de um sistema penitenciário em ruínas e que a nota sobre o aborto foi um erro isolado prontamente corrigido.

No entanto, não é possível voltar atrás. Em um ano crucial, no qual o governo busca aprovar medidas importantes, enfrentar uma oposição unida pode ser um grande obstáculo. Faltam apenas quatro meses e meio para o recesso parlamentar do meio do ano, que coincidirá com o início das campanhas eleitorais, quando Brasília geralmente funciona em ritmo lento.

O governo precisa se concentrar em evitar erros, caso contrário, será difícil recuperar o tempo perdido.

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