A rejeição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em alta no maior colégio eleitoral do país. Levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado nesta quarta-feira (27), mostra que 58,2% dos paulistas desaprovam a gestão petista, contra apenas 38,1% que ainda a apoiam. Outros 3,7% não souberam ou preferiram não responder.
Os números escancaram o profundo desgaste de Lula em São Paulo, Estado onde ele construiu sua carreira política, mas que hoje dá sinais cada vez mais claros de rejeição à sua forma de governar. O dado mais alarmante para o Planalto é que 40,2% dos entrevistados classificam a gestão como “péssima”, enquanto apenas 11,6% a consideram “ótima”.
Rejeição persistente e em alta
A desaprovação de Lula em São Paulo não é pontual. Desde o início do ano, a imagem do petista tem sofrido desgaste constante. Em fevereiro de 2025, o índice negativo já era de 63,1%, número que se repetiu em maio e voltou a 62,4% em julho. Agora, mesmo com leve oscilação, a insatisfação permanece perto de 60%, consolidando-se como tendência.
Esse cenário coloca em xeque a narrativa do governo federal de que estaria conseguindo recuperar a confiança da população. Na prática, o paulista médio demonstra descontentamento com a inflação, a alta da criminalidade e as promessas de campanha não cumpridas.
Impacto político
O resultado preocupa ainda mais porque São Paulo concentra mais de 34 milhões de eleitores, sendo determinante em qualquer disputa nacional. Lula, que durante anos usou a imagem de líder sindical do ABC paulista para se projetar nacionalmente, enfrenta agora a realidade de que o eleitorado do Estado que lhe deu sustentação política já não confia em seu governo.
Pesquisa
O levantamento ouviu 1.680 eleitores entre 21 e 24 de agosto em 85 municípios paulistas. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
A pesquisa do Paraná Pesquisas é um duro recado para o Planalto: a paciência do eleitor paulista com o governo Lula está se esgotando. O presidente, que prometeu estabilidade, crescimento econômico e redução das desigualdades, vê sua popularidade ruir justamente no Estado mais decisivo do Brasil.