A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem enfrentado uma crise de popularidade crescente, conforme revelado pela pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2). A desaprovação ao governo petista subiu sete pontos percentuais, atingindo alarmantes 56% em março. Ao mesmo tempo, a percepção de que o Brasil está no caminho errado também explodiu, alcançando 56% dos entrevistados.
As promessas de campanha de Lula, incluindo o aumento do poder de compra, crescimento econômico e fortalecimento social, se mostraram inconsistentes com a realidade enfrentada pelos brasileiros.
O número de cidadãos que veem a economia piorar subiu expressivos 17 pontos percentuais desde janeiro, chegando também a 56%. Esse índice sinaliza o fracasso da atual administração em lidar com os desafios econômicos do país.
O colapso da popularidade de Lula, até no Nordeste
Historicamente considerado um reduto petista, o Nordeste também demonstrou descontentamento com Lula. A desaprovação ao seu governo na região saltou de 37% em janeiro para 46% em março. O crescimento da insatisfação pode ser atribuído ao aumento da inflação de alimentos, à dificuldade em acessar programas sociais e às promessas não cumpridas da atual gestão.
No Sul, onde a preferência pelo ex-presidente Jair Bolsonaro sempre foi marcante, a rejeição ao governo Lula atingiu 60%, enquanto apenas 37% o aprovam. Entre os evangélicos, um dos públicos que Lula tentou conquistar com discursos moderados, a estratégia não funcionou: 67% rejeitam sua administração, e apenas 29% a aprovam.
Os dados indicam que até mesmo eleitores que votaram em Lula em 2022 estão se decepcionando. Entre aqueles que escolheram o petista no segundo turno, a desaprovação subiu nove pontos percentuais desde janeiro. O desgaste da imagem do presidente também se reflete na percepção de seu governo: 41% dos brasileiros classificam sua gestão como negativa, enquanto 53% a consideram pior do que seus mandatos anteriores.
Comparando com Bolsonaro: um governo que inspirava mais confiança
Pela primeira vez, a maioria dos entrevistados pela Quaest afirmou que o atual governo Lula é pior do que o de Jair Bolsonaro. O número de brasileiros que considera a gestão petista pior do que a do ex-presidente é de 43%, enquanto apenas 39% acham que melhorou. Além disso, 15% consideram ambos equivalentes.
Durante o governo Bolsonaro, a inflação foi contida e o mercado de trabalho deu sinais mais claros de reaquecimento. A gestão econômica de Paulo Guedes permitiu ao país atravessar a crise da pandemia sem recorrer a aumentos de impostos abusivos ou descontrole fiscal. O auxílio emergencial beneficiou milhões de brasileiros, enquanto o crescimento do agronegócio e o fortalecimento da infraestrutura foram marcas registradas da gestão Bolsonaro.
A pesquisa também destaca que 71% dos entrevistados consideram que Lula não tem cumprido suas promessas de campanha, e 81% esperam que o governo mude completamente de rumos. A percepção de que a população perdeu poder de compra também atingiu índices alarmantes: 81% dos brasileiros dizem que compram menos do que um ano atrás, um salto de 13 pontos percentuais desde dezembro de 2024.
Inflação, desemprego e desesperança
O preço dos alimentos foi um dos fatores mais criticados pelos entrevistados. Para 88% dos brasileiros, a comida está mais cara em março do que no mês anterior. Paralelamente, 53% disseram que está mais difícil conseguir emprego agora do que há um ano. Esses números expõem a fragilidade da gestão petista diante da crise econômica, refletindo a insatisfação generalizada da população.
A tentativa de Lula de conquistar confiança por meio de promessas de campanha que nunca saem do papel tem se mostrado ineficaz. Seu governo já enfrenta uma das piores avaliações desde sua posse em janeiro de 2023, e a expectativa para os próximos anos é de mais dificuldades. Se continuar nessa direção, a atual gestão poderá enfrentar um forte revés nas eleições municipais de 2024 e nas presidenciais de 2026.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 27 e 31 de março, ouvindo 2.004 pessoas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.
