Parlamentares ligados à oposição ao governo Lula estão se mobilizando para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar uma possível interferência dos Estados Unidos nas eleições presidenciais de 2022., afirma a Revista Oeste.
A iniciativa é liderada pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO), que já coletaram cerca de 60 assinaturas para o requerimento de instalação da comissão.
O pedido de CPI ganhou destaque após a divulgação de uma entrevista de Mike Benz, ex-chefe do setor de informática do Departamento de Estado dos EUA no governo Donald Trump. Em sua declaração ao programa “The War Room”, de Stephen Bannon, Benz afirmou que, sem a influência da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), “Bolsonaro ainda seria presidente do Brasil”.
Denúncias sobre esquema de censura
Eduardo Bolsonaro classificou as declarações como “gravíssimas” e pediu apoio popular para pressionar parlamentares a assinarem o pedido de CPI. O objetivo da comissão seria apurar a atuação da Usaid e de outras organizações internacionais na regulação de redes sociais, financiamento de instituições brasileiras e construção de narrativas midiáticas que, supostamente, teriam favorecido adversários do então presidente Jair Bolsonaro.
A denúncia de Benz sugere que a Usaid teria ampliado seu financiamento para entidades brasileiras a partir de 2018, visando enfraquecer o governo Bolsonaro. O ex-funcionário do Departamento de Estado também mencionou que esses recursos teriam sido direcionados para a criação de leis de censura e influências no sistema judiciário, particularmente no que ele chamou de “Tribunal da Censura”.
Oposição pressiona para abertura da CPI
A CPI, se instalada, poderá aprofundar investigações sobre supostas interferências externas que impactaram a liberdade de expressão no Brasil e a neutralidade do processo eleitoral. Segundo os parlamentares articuladores da comissão, há indícios de que estratégias de regulação das redes sociais e campanhas midiáticas tenham sido empregadas para favorecer determinadas agendas políticas, comprometendo a soberania nacional.
A iniciativa já provoca reações do governo e da base governista no Congresso, que minimizam as alegações e afirmam que qualquer investigação sobre o processo eleitoral deve ser conduzida por órgãos oficiais, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, com o avanço da coleta de assinaturas e o crescimento da repercussão internacional do caso, a pressão para que a CPI seja instaurada deve aumentar nos próximos dias. Caso obtenha o apoio necessário, a comissão será instalada para ouvir depoimentos e requisitar documentos que possam esclarecer se houve, de fato, influência estrangeira no processo eleitoral brasileiro.