Durante uma sessão especial do Senado Federal na terça-feira (3), para celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) desviou do tema da solenidade e abordou a crise que a democracia brasileira enfrenta. Em seu discurso, Gayer denunciou ameaças do Supremo Tribunal Federal (STF) contra os parlamentares.
– É revoltante ver alguém da sua estatura e honra receber uma ligação de intimidação com o objetivo de censurar os convidados do senhor para este evento – afirmou o deputado.
Gayer afirmou que usaria a tribuna para expressar o que muitos senadores não têm coragem de dizer, criticando o Senado Federal por não punir possíveis ilegalidades cometidas pelos ministros do STF. O deputado acusou o STF de tentar criar um “império ditatorial” e afirmou que qualquer proposta de emenda constitucional (PEC) ou projeto de lei (PL) enfrenta resistência e ameaças.
– Estamos em um ponto em que não sabemos mais o que fazer. Não adianta propor PECs ou PLs, pois o STF ameaça senadores e deputados com prisão. Não podemos legislar se estamos sendo intimidados – disse Gayer.
O parlamentar também comentou sobre a morte de Clériston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que faleceu na prisão da Papuda, em Brasília. Clezão estava detido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, suspeito de envolvimento nos atos de 8 de janeiro.
– Um homem morreu na prisão, um prisioneiro político. Uma família perdeu o marido e o pai por causa de uma prisão política – lamentou Gayer.
