Evair de Melo insinua mudança de postura de Hugo Motta e cobra atitude firme diante de pautas como anistia e CPI do INSS
O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) levantou suspeitas de que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), estaria sofrendo algum tipo de pressão, assédio moral, chantagem ou ameaça. A declaração foi feita em entrevista ao podcast do portal Diário do Poder, comandado pelo jornalista Cláudio Humberto, nesta semana.
Segundo Evair, Motta havia prometido à oposição que não impediria a tramitação do projeto de anistia a políticos e partidos e que também não dificultaria a instalação de investigações parlamentares, como a CPI do INSS. No entanto, o deputado afirma que o comportamento do presidente da Câmara mudou drasticamente.
“A gente não sabe bem o que aconteceu, mas teve sim assédio moral”, afirmou o parlamentar capixaba. “Ele tinha um comportamento e passou a adotar outro, como se estivesse intimidado.”
STF e o “tema proibido”
Para Evair, o Supremo Tribunal Federal (STF) também exerce influência silenciosa sobre a pauta legislativa e demonstraria incômodo com o avanço da proposta de anistia. O deputado insinua que a aversão da Corte ao tema pode ter relação com o suposto “assédio” enfrentado por Hugo Motta.
“A suspeita tem que ser considerada, porque não é normal tanta resistência a pautas legítimas que interessam ao Parlamento”, completou.
Futuro ameaçado
Ainda na entrevista, o parlamentar afirmou que o presidente da Câmara pode enfrentar dificuldades nas urnas em 2026, caso siga adotando posturas que desagradam sua base de apoio e a oposição.
“Imagino que ele vai ter sérias complicações [na eleição de 2026]”, disse.
Escândalo no INSS rouba os holofotes
Evair de Melo também comentou o escândalo de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que, segundo ele, passou a dividir espaço com a anistia entre as principais pautas da oposição. Para o deputado, o caso evidencia um colapso ético no trato com os recursos dos aposentados.
“Perderam completamente o pudor!”, declarou, em referência ao roubo sistemático de valores de aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos operados por entidades associativas, como revelou a Operação Sem Desconto.
A fala do deputado amplia a tensão entre setores da oposição e a presidência da Câmara, em um momento em que cresce a pressão pela abertura de CPIs e pela retomada do debate sobre temas considerados espinhosos para o Palácio do Planalto e instituições do Judiciário.