Parlamentar republicana Maria Elvira Salazar defende liberdade de expressão e diz que “repressores não serão bem-vindos” nos Estados Unidos
A crescente preocupação com violações à liberdade de expressão ao redor do mundo levou parlamentares norte-americanos a apoiarem medidas mais duras contra autoridades estrangeiras. Nesta quinta-feira (29), a deputada republicana Maria Elvira Salazar manifestou apoio à nova diretriz do governo dos Estados Unidos, que prevê sanções contra estrangeiros que atuem para censurar cidadãos norte-americanos, mesmo fora do território dos EUA.
Salazar citou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o classificou como “simpatizante autoritário”. Em publicação nas redes sociais, a congressista enviou um recado direto ao magistrado brasileiro:
“Se você tentar censurar cidadãos norte-americanos, mesmo além das fronteiras, não será bem-vindo aos EUA.”
A parlamentar afirmou ainda que os tempos mudaram e que os “repressores não terão mais liberdade para circular livremente enquanto cerceiam a dos outros”.
“A liberdade de expressão é sagrada e nós a defenderemos em todos os lugares”, completou.
Apoio do entorno de Trump
O posicionamento da deputada repercutiu entre aliados do ex-presidente e atual pré-candidato Donald Trump. Jason Miller, conselheiro do republicano, também mencionou Alexandre de Moraes diretamente em uma postagem na plataforma X (antigo Twitter), citando as novas restrições de visto anunciadas pelo Departamento de Estado para autoridades envolvidas em violações à liberdade de expressão.
“Compartilhe isso com alguém que lhe vem à mente imediatamente ao ler isso. Ok. Vou começar. Olá, @Alexandre!”, escreveu Miller, marcando o perfil do ministro — que está inativo desde fevereiro de 2025, quando Moraes deixou a rede social.
Anúncio do governo Trump sobre vistos
Na quarta-feira (28), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou oficialmente que o governo Trump não permitirá a entrada de autoridades estrangeiras acusadas de cercear a liberdade de expressão, especialmente quando essas ações atingem cidadãos norte-americanos, mesmo que no exterior.
A diretriz visa atingir não apenas o Brasil, mas também autoridades de outros países, como o Reino Unido. No radar do Departamento de Estado estão integrantes da Ofcom, entidade reguladora britânica que aplica a Lei de Segurança On-line, considerada por críticos como um instrumento de censura e repressão digital.
De acordo com o jornal britânico The Telegraph, a decisão norte-americana surpreendeu autoridades do Reino Unido, que imediatamente buscaram esclarecimentos junto à Casa Branca.
Contexto brasileiro
Alexandre de Moraes é alvo de frequentes críticas por sua atuação como relator de inquéritos sobre supostos atos antidemocráticos, desinformação e ataques a instituições. Seus despachos têm resultado em remoção de perfis em redes sociais, censura prévia de conteúdos e prisões preventivas, o que acirra o debate internacional sobre os limites da atuação judicial e os princípios da liberdade de expressão.
Com o apoio de parlamentares como Maria Elvira Salazar e de figuras centrais do Partido Republicano, o nome de Moraes passa a ocupar espaço no debate diplomático entre Brasil e EUA. Ainda não há confirmação oficial de nomes sancionados, mas a pressão política e simbólica ganha força.