A líder do PSOL na Câmara, deputada Talíria Petrone (RJ), foi alvo de checagem de fatos e críticas nas redes sociais após defender o funkeiro MC Poze do Rodo, preso na última semana no Rio de Janeiro. A parlamentar afirmou que a prisão representa “mais um capítulo da criminalização da cultura de favela”, mas sua publicação no X (antigo Twitter) foi corrigida por usuários da plataforma com informações sobre o envolvimento do artista com o tráfico de drogas.
“O Estado abandona esses territórios, nega direitos e ainda persegue quem canta a realidade. Funk não é crime. MC não é bandido”, escreveu Talíria. No entanto, a nota da comunidade no X retificou a declaração, afirmando que MC Poze foi preso por suspeita de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho e por fazer apologia ao tráfico em suas músicas e apresentações.
A prisão de Marlon Brandon Coelho Couto Silva, nome de batismo do cantor, ocorreu em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da capital fluminense. Segundo a Polícia Civil, ele realizava shows em áreas controladas pela facção criminosa, com presença de traficantes armados e financiamento oriundo do tráfico de drogas.
Mesmo diante das acusações, Talíria voltou a criticar a ação policial. “Ao invés de perseguir fazedores de cultura, a polícia deveria investigar e responsabilizar quem financia o crime, inclusive a milícia”, afirmou. A postura da parlamentar foi recebida com forte rejeição nas redes sociais, especialmente por parte de políticos ligados à direita.
A vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil-SP), integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), rebateu a deputada e apoiou a prisão. “Finalmente descobriram o óbvio: esses rappers e MCs servem apenas para lavar dinheiro do tráfico. Que seja o primeiro de muitos”, declarou. Amanda é autora da chamada “Lei Anti-Oruam”, proposta que proíbe o uso de verbas públicas em eventos culturais com conteúdo que exalte o crime.
Nas redes, usuários acusaram Talíria de tentar politizar um caso policial e minimizar as acusações graves contra o artista. “Não é sobre criminalizar a cultura de favela. É sobre combater o crime organizado disfarçado de arte”, comentou um internauta em resposta à deputada.
A defesa de MC Poze ainda não se pronunciou oficialmente sobre a prisão.