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sexta-feira, 27 dezembro, 2024
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Defesa de Daniel Silveira entra com nono recurso junto ao STF, aponta Revista Oeste

Por Alexandre Gomes

Os advogados de Daniel Silveira, liderados por Paulo Faria, protocolaram um novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (26), buscando reverter a prisão do ex-deputado federal. A medida foi tomada após o ministro Alexandre de Moraes revogar a liberdade condicional de Silveira, alegando descumprimento de condições impostas pelo Judiciário.

No documento apresentado, a defesa alega que a decisão de Moraes apresenta “obscuridade e omissão”, necessitando de esclarecimentos que podem levar à revisão do ato. Segundo Paulo Faria, houve violação do artigo 118, inciso I, parágrafo 2º, da Lei de Execuções Penais (LEP), que exige a intimação prévia da defesa para justificativa antes de uma possível regressão de regime.

“A defesa técnica deveria ter sido intimada previamente, com ao menos 24 horas para explicar o suposto descumprimento das medidas impostas”, afirmou Faria. Ele destacou que a regressão de regime só pode ser aplicada após audiência de justificação e insuficiência das justificativas apresentadas, conforme jurisprudência consolidada.

Paulo Faria também criticou a postura do ministro, afirmando que a decisão de prender Silveira foi tomada antes da apuração dos fatos que configurariam o descumprimento das medidas cautelares.

“Primeiro prendeu para depois apurar se os fatos eram verdadeiros ou não”, argumentou. “Isso é típico de regimes autoritários, o que não condiz com a democracia brasileira.”

O recurso questiona ainda a revogação do livramento condicional de forma “ex officio”, ou seja, por iniciativa do próprio relator, sem que houvesse um processo formal ou espaço para a defesa se manifestar previamente. Para Faria, tal medida é “absolutamente ilegal” e viola explicitamente o dispositivo legal citado.

O caso de Daniel Silveira continua a levantar debates sobre a atuação do Judiciário e o equilíbrio entre cumprimento de normas legais e garantias constitucionais. Críticos da decisão de Moraes apontam que a prisão preventiva em casos como este pode ultrapassar os limites do devido processo legal e representar uma afronta ao princípio da presunção de inocência.

A defesa espera que o STF reavalie a situação e permita que Silveira responda às acusações em liberdade, com base nos argumentos apresentados. O caso segue como um dos mais polêmicos envolvendo a interação entre política e Justiça no Brasil.

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