Advogado do presidente dos EUA afirma que o brasileiro buscou o encontro para conter desgaste político e comercial
O advogado do presidente norte-americano Donald Trump, Martin De Luca, ironizou a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Malásia, onde se reuniu com Trump durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
De Luca afirmou que o petista “voou 24 horas para 45 minutos e uma foto com Trump”, sugerindo que Lula buscava apenas melhorar sua imagem e conter o desgaste político e comercial com os Estados Unidos.
Encontro durou cerca de 50 minutos
A reunião entre os dois presidentes ocorreu no domingo (26) e teve como tema central o tarifaço de 50% imposto por Washington sobre exportações brasileiras, especialmente de carne bovina.
Segundo o Itamaraty, Lula pediu a suspensão imediata das tarifas enquanto durarem as negociações bilaterais. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que Trump autorizou sua equipe a iniciar conversas ainda naquela noite.
Participaram da reunião o chanceler brasileiro, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio e assessores dos dois países. O Itamaraty descreveu o clima do encontro como “positivo e descontraído”. Trump, inclusive, teria elogiado a trajetória política de Lula e manifestado interesse em visitar o Brasil.
“Lula voou para aparecer com o ‘Daddy’”
Após o encontro, De Luca aumentou o tom das críticas. O advogado escreveu que “Lula finalmente conseguiu seu encontro com Trump, mas só depois de atravessar o mundo até a Malásia para aparecer no meio da cúpula da Asean”, evento que, segundo ele, “nada tem a ver com o Brasil”.
De Luca ironizou ainda chamando Trump de “Daddy”, em tom sarcástico:
“Lula voa 24 horas até a Malásia pra 45 minutos e uma foto com o ‘Daddy’. Odeia Trump, mas respeita. Bom menino.”
Para o advogado, o gesto de Lula representa uma tentativa de reaproximação política com os Estados Unidos, após meses de tensões diplomáticas e críticas do Planalto à gestão republicana.
“Milhões de brasileiros querem viver em um país livre, seguro e próspero — e não sob censura e influência chinesa”, afirmou De Luca, ao insinuar que o governo brasileiro busca equilibrar suas relações internacionais em meio à aproximação com a China.