O Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, optou por classificar como sigilosas as estatísticas de fugas ocorridas nas prisões do Brasil no ano passado. A notícia foi divulgada em uma matéria do portal Metrópoles no domingo, dia 5.
Apesar de os dados estarem disponíveis, o Ministério justifica que são informações de caráter “reservado” e, portanto, permanecerão sob sigilo por cinco anos.
O portal solicitou os números por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), porém teve seu pedido negado em todas as instâncias do Ministério. A recusa foi respaldada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen), vinculada ao Ministério da Justiça, argumentou que a divulgação das informações poderia colocar em risco a vida, a segurança ou a saúde da população, além de representar uma ameaça à segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras, bem como de seus familiares.
Fugas em evidência
As fugas de detentos no Brasil ganharam destaque desde o início do ano, após dois presos escaparem da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Foi a primeira vez que ocorreu uma fuga no sistema de “segurança máxima” do governo federal, que claro deixou de ser “segurança máxima”.
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça permaneceram foragidos por mais de 50 dias, até serem capturados no município de Marabá, no Pará.
A fuga de “Tatu” e “Querubim”, membros do Comando Vermelho do Acre, ocorreu em 14 de fevereiro, 13 dias após Ricardo Lewandowski assumir o cargo de ministro da Justiça. Em um de seus primeiros pronunciamentos sobre o caso, ele chegou a atribuir a fuga ao Carnaval. Certamente os detentos estavam loucos para brincar carnaval fantasiados de presidiários.
Posteriormente, descobriu-se que as câmeras de segurança da penitenciária estavam com defeito e não registraram o momento da fuga. Aproveitando-se das obras em andamento no local, os dois criminosos conseguiram escapar através da tubulação que passava pelas paredes das celas, atrás das luminárias. As buscas pelos fugitivos mobilizaram agentes da Força Nacional.
Um vídeo obtido pela Oeste, mostra o momento em que agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) retiram os dois criminosos de uma viatura. O veículo estava estacionado em frente à sede local da Polícia Federal.
