O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), encarregado de combater a lavagem de dinheiro no Brasil, está enfrentando um desafio financeiro sob a gestão do governo Lula (PT). O orçamento previsto para 2024 é o menor dos últimos cinco anos, totalizando 17,6 milhões de reais, dos quais 8,4 milhões já foram comprometidos. Essa alocação representa uma redução de 30% em relação ao ano anterior para despesas discricionárias.
De acordo com informações de O Antagonista, no ano passado, o Coaf tinha à disposição 23,6 milhões de reais para cobrir despesas como diárias, passagens aéreas, contribuições para organizações internacionais e serviços de tecnologia da informação. Em 2020, o conselho enfrentou o menor orçamento discricionário até então, com 19,2 milhões de reais disponíveis.
Durante um evento na Faculdade de Direito da USP, o presidente do Coaf, Ricardo Liáo, manifestou preocupação com a situação, declarando: “Está sendo difícil sobreviver, mas faremos o possível para superar isso.” O secretário nacional de segurança pública, Mário Sarrubbo, minimizou a redução, argumentando que, com uma gestão eficaz, o Coaf continuará identificando movimentações financeiras suspeitas.
Essa restrição financeira ocorre em um momento em que o crime organizado permeia todas as esferas regulamentadas, e grupos como o PCC adquirem características de máfia.
Criado há 25 anos, o Coaf desempenhou um papel fundamental em investigações de lavagem de dinheiro, incluindo casos emblemáticos como a Lava Jato. Recentemente, o órgão detectou movimentações financeiras atípicas envolvendo o presidente Lula e seus filhos. No entanto, apesar das suspeitas levantadas, Lula foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal devido a falhas processuais.
