A maioria do Partido dos Trabalhadores (PT), seguindo as orientações de Alexandre Padilha (articulação) e Rui Costa (Casa Civil), que têm uma relação tensa com Fernando Haddad (Fazenda), optou por deixar expirar a Medida Provisória de Lula que mantinha a desoneração das folhas de pagamento. Isso permitiu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, agir com tranquilidade. Embora a decisão tenha surpreendido Haddad, ele optou por culpar Pacheco pelo desfecho do caso, apesar da afronta representada pela MP ao próprio Congresso.
Após ser informado de que a MP caducaria, Padilha conversou com Haddad no mesmo dia, mas, de acordo com fontes da Fazenda, não abordou o assunto.
Para os petistas, além de satisfazerem Padilha e Costa, que têm reservas em relação a Haddad, a decisão de deixar a MP caducar foi motivada pelo entendimento de que, em um ano eleitoral, a MP seria prejudicial ao PT.
Sentindo-se passado para trás, Haddad designou o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, para tentar reverter a situação.
Entretanto, nas primeiras tentativas, Durigan recebeu um diagnóstico desanimador: além das complicações com o Programa Emergencial de Retomada do Emprego e da Renda (PERSE) e a regulamentação da reforma tributária, há um horizonte incerto pela frente.