A nova pesquisa do Datafolha, divulgada hoje, 14/02/25, revelou uma queda vertiginosa na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atingindo apenas 24% – um número inédito e preocupante para o petista em seus três mandatos. A reprovação disparou para 41%, evidenciando um desgaste acelerado do governo.
A queda de 11 pontos em apenas dois meses não tem precedentes na trajetória do presidente e reflete uma série de crises que vêm minando sua popularidade. Entre os fatores que pesaram contra Lula, destacam-se a polêmica do Pix, a alta dos alimentos e declarações desastradas do próprio presidente.
Derretimento
O Caso do Pix e o desastre de comunicação
Em janeiro, a equipe econômica do governo anunciou a intenção de monitorar transações acima de R$ 5.000 no Pix, o que gerou revolta imediata. A oposição viu na medida uma tentativa de controle estatal e explorou a narrativa. Fake news sobre uma suposta taxação do Pix tomaram as redes sociais e, sem uma resposta rápida e clara, o governo recuou de maneira desordenada.
O estrago já estava feito. A crise derrubou a confiança em Lula, evidenciando sua incapacidade de gerir crises e se comunicar com a população. A resposta do presidente? Culpou a comunicação do governo e substituiu o chefe da área, promovendo o marqueteiro Sidônio Palmeira. Mas a medida não surtiu efeito imediato.
Inflação e declarações infelizes
A alta dos alimentos tem sido um problema persistente, e o governo não tem conseguido apresentar soluções concretas. O descontentamento aumentou quando Lula sugeriu que as pessoas parassem de comprar produtos caros, o que soou como um desprezo pela realidade da população.
A oposição capitalizou a fala do presidente, retratando-o como desconectado da realidade do povo. O efeito foi imediato: a avaliação de “ótimo e bom” despencou entre as camadas mais pobres e menos escolarizadas – justamente o principal eleitorado do PT.
Desgaste generalizado
A pesquisa do Datafolha mostra que até bases historicamente leais ao petismo estão se afastando:
Entre os que ganham até dois salários mínimos, a aprovação despencou de 44% para 29%.
No Nordeste, reduto petista, a queda foi de 49% para 33%.
Eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022 reduziram sua aprovação de 66% para 46%.
A única faixa onde Lula ainda tem saldo positivo é entre os menos escolarizados, mas mesmo ali o apoio já não é inabalável.
Comparação com Bolsonaro e 2026 no Horizonte
Curiosamente, Jair Bolsonaro (PL) enfrentava números semelhantes em seu terceiro ano de mandato, com 40% de reprovação e 31% de aprovação. Mas ao contrário de Lula, Bolsonaro conseguia manter uma base mais fiel, o que pode ser um fator crucial para 2026.
O cenário já acende um alerta no Planalto. Embora pesquisas anteriores ainda apontassem Lula como favorito para 2026, o desgaste crescente pode mudar essa realidade. O presidente, por sua vez, tenta se defender atacando as fake news, mas até agora não conseguiu reverter a percepção negativa sobre seu governo.
A pesquisa do Datafolha mostra um cenário preocupante para Lula. O governo sofre com crises de comunicação, inflação persistente e perda de apoio popular. Se não reverter essa tendência nos próximos meses, poderá ter dificuldades não só para governar, mas também para se viabilizar como candidato competitivo em 2026.
A questão agora é: Lula conseguirá retomar sua popularidade ou seu terceiro mandato será marcado pela erosão política?