A mais recente pesquisa Genial/Quaest revelou um cenário peculiar no terceiro mandato do presidente Lula da Silva: pela primeira vez, o índice de aprovação e desaprovação de seu governo ficou praticamente empatado, com 50% de aprovação e 47% de desaprovação, com uma margem de erro de 3 pontos percentuais. Significativos 63% dos entrevistados acreditam que Lula não está cumprindo suas promessas, enquanto apenas um terço (32%) pensa o contrário. Mesmo os governistas e petistas mais ardorosos encontraram poucos aspectos positivos na pesquisa, como a boa avaliação do trabalho de socorro no Rio Grande do Sul. Alguns observadores destacaram que Lula conseguiu estabilizar a trajetória de queda na avaliação de seu governo, após uma sequência de declínios desde agosto de 2023.
No entanto, apesar dos lampejos de otimismo, a gestão de Lula continua marcada pela mediocridade e pela repetição de velhos erros. Enquanto se tenta destacar o lado positivo da avaliação, a verdade é que o crescimento constante da parcela da população que desaprova o governo é o dado mais expressivo da pesquisa. Desde agosto do ano passado, essa curva ascendente tem sido uma constante. A economia, mais uma vez, foi citada como o principal problema do país, superando temas como saúde e violência. Até agora, Lula tem adotado um discurso triunfalista, culminando ministros por não comunicarem a “verdade” ou atribuindo a curta duração do mandato como justificativa para não cumprir as promessas.
Diante desse cenário, Lula e seus aliados têm opções a considerar. Um caminho é continuar na narrativa delirante de que a desaprovação se deve à “percepção” equivocada da população, que não reconhece as supostas conquistas de seu governo. Nessa visão, a solução seria uma comunicação mais eficaz. Outra alternativa é adotar uma abordagem mais realista: reconhecer as falhas da gestão, elaborar um plano para o restante do mandato, analisar o impacto limitado dos indicadores econômicos na vida real das pessoas – cujo poder de compra está comprometido – e corrigir os rumos para produzir resultados no longo prazo.
Considerando a tendência do PT de ignorar a realidade e a ambição de Lula de ser reconhecido como tendo sido, não mais, o maior líder político da história brasileira sem, necessariamente, governar efetivamente, não é surpreendente que o lulopetismo esteja baseando suas decisões em pesquisas de opinião. Assim, é provável que o presidente opte por um populismo que caracterizou o desastroso governo petista encerrado com o impeachment de Dilma Rousseff, buscando produzir resultados de curto prazo, mesmo que isso implique em gastança desenfreada e sabotagem aos que defendem a racionalidade na gestão dos recursos públicos. Para Lula e seus seguidores, parece que a vida política só tem sentido quando se trata de agradar a opinião pública a qualquer custo.