Relator aponta que advogado investigado pela PF abastecia esquema de vantagens ilícitas
O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou nesta segunda-feira que o advogado Gilmar Stelo — alvo de uma recente operação da Polícia Federal — era responsável pelo pagamento de propina mensal ao ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, preso sob acusação de integrar o esquema de fraudes em descontos sobre aposentadorias e pensões.
Segundo Gaspar, Stelo mantém vínculo profissional com o também advogado Mauro Hauschild, que presidiu o INSS durante o governo Dilma Rousseff (PT) e atuou como auxiliar jurídico do ministro Dias Toffoli quando este chefiava a Advocacia-Geral da União (AGU).
Depoimento revela ligação com entidades suspeitas
A afirmação surgiu durante o depoimento de Cecília Mota, dirigente ou representante jurídica de quatro entidades investigadas por desviar R$ 747,5 milhões por meio de descontos indevidos em benefícios previdenciários. Gaspar apontou que documentos e movimentações financeiras conectam as entidades a Stelo e, indiretamente, ao repasse de propinas a Stefanutto.
Durante o depoimento, Cecília alegou desconhecimento sobre atividades internas das entidades, operações financeiras e até mesmo sobre sócios e colaboradores — postura que o relator classificou como “amnésia conveniente”.
Viagens com o “Careca do INSS”
Gaspar também destacou que Cecília Mota realizou dezenas de viagens no mesmo avião e para os mesmos destinos do operador financeiro conhecido como “Careca do INSS”, figura central no esquema. Ainda assim, ela afirmou à CPMI que não o conhecia.