A recém-instalada CPMI do INSS começou seus trabalhos em ritmo acelerado e já acumula quase 600 requerimentos de investigação protocolados apenas nas primeiras horas após sua abertura. A comissão, criada para apurar fraudes bilionárias na Previdência Social, representou uma dura derrota política para o governo Lula (PT) e já derrubou o então ministro Carlos Lupi da pasta.
Na sessão de instalação, realizada na quarta-feira (20), o senador Carlos Viana (Pode-MG) foi eleito presidente, enquanto o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) assumiu a relatoria.
Irmão de Lula no alvo
Grande parte dos pedidos mira José Ferreira da Silva, conhecido no meio sindical como Frei Chico, irmão do presidente Lula. Ele é dirigente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sidinapi), entidade que já foi alvo de operação da Polícia Federal.
Ao menos 20 requerimentos pedem quebra de sigilo bancário de Frei Chico, além de convocação para depor e relatórios detalhados do Coaf sobre movimentações financeiras.
Oposição em ofensiva
O senador de oposição Izalci Lucas (PL-DF) foi o recordista de protocolos, registrando sozinho mais de 300 requerimentos logo após a abertura dos trabalhos da CPMI. O gesto simboliza a disposição da oposição em avançar sobre todos os pontos sensíveis que liguem o esquema ao governo e ao núcleo político do PT.
Bilhões em jogo
A expectativa é que os trabalhos da comissão avancem sobre fraudes bilionárias em aposentadorias e benefícios, investigando tanto esquemas internos no INSS quanto ramificações em entidades ligadas a sindicatos. A ofensiva ocorre em meio à crise de credibilidade do governo no setor da Previdência, um dos mais sensíveis para a população.
