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quarta-feira, 27 agosto, 2025
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CPMI do INSS: relator adia convocação do irmão de Lula, mas pressão cresce

Por Alexandre Gomes

A CPMI que investigará fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou seus trabalhos cercada de tensão política, especialmente pela possibilidade de convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindinapi).

O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que ainda não é o momento adequado para decidir sobre o depoimento do irmão de Lula. A cautela, porém, já gera críticas de opositores, que veem tentativa de blindagem política em torno do petista.

“Acho interessante que todas as pessoas que sejam de interesse à investigação possam prestar depoimento, mas não é o momento adequado de antecipar essas convocações”, disse Gaspar ao portal Metrópoles.

Suspeitas contra aliados do governo

A eventual convocação de Frei Chico incomoda o Palácio do Planalto, já que ele é figura próxima ao presidente e há anos exerce influência sindical. Integrantes da oposição defendem que não há como avançar nas investigações sem ouvir quem esteve próximo de entidades historicamente ligadas ao PT e que hoje são alvo de desconfiança em razão do escândalo.

Gaspar, ex-procurador-geral de Justiça de Alagoas, evitou falar em “blindagem”, mas reforçou que os trabalhos devem seguir uma linha técnica. “A investigação não pode ter escolhas partidárias, temos que ir em cima dos fatos e das provas”, afirmou.

Fraudes que penalizam o povo

O relator também ressaltou o contraste entre o sofrimento dos aposentados e o enriquecimento ilícito de envolvidos no esquema.

“O aposentado está passando fome em casa com sacrifício, mas tem alguém que botou o dinheiro no bolso, morando numa cobertura luxuosa, com aeronaves, com barcos, com propriedade no exterior”, disse.

Segundo Gaspar, a comissão poderá aprovar quebras de sigilos bancário e fiscal para seguir o rastro do dinheiro. Ele destacou ainda que não basta identificar os desvios: será preciso devolver os recursos aos cofres públicos com correção monetária.

Governo desconfortável

A escolha de Alfredo Gaspar como relator e do senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da CPMI surpreendeu o governo Lula, que temia justamente uma condução mais rigorosa contra nomes ligados ao PT. A possibilidade de Frei Chico ser convocado para depor representa um desgaste político para o Planalto, ainda mais em meio a denúncias de fraudes bilionárias no sistema previdenciário.

“Não podemos mais permitir que fatos criminosos dessa magnitude voltem a acontecer penalizando quem mais precisa”, concluiu Gaspar, ressaltando que a missão principal da CPMI é proteger os aposentados e pensionistas brasileiros.

Com isso, cresce a pressão para que Lula e seu entorno expliquem as ligações políticas e sindicais que podem estar associadas ao escândalo.

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