A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga o esquema de fraudes e descontos indevidos em benefícios previdenciários, discute a convocação da empresária Leila Pereira, presidente da Crefisa e do Palmeiras.
Sob sua gestão, a Crefisa venceu 25 dos 26 lotes licitados para administrar a folha de pagamento do INSS, superando grandes bancos como Itaú e Bradesco. A Polícia Federal identificou irregularidades nos contratos, o que motivou o debate na CPMI.
Irregularidades e suspensão de contrato
De acordo com informações apuradas pela comissão, os contratos firmados entre a Crefisa e o INSS apresentam indícios de:
- Atrasos nos pagamentos;
- Coação de beneficiários para abertura de contas;
- Venda casada de produtos financeiros.
Diante dessas suspeitas, o INSS suspendeu o contrato com a financeira em agosto, alegando descumprimentos contratuais e práticas irregulares.
Posicionamento da CPMI
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), declarou apoio à convocação de Leila Pereira, classificando-a como “uma boa depoente” para esclarecer o caso.
Gaspar também anunciou que, a partir de janeiro de 2026, a comissão abrirá uma nova fase de investigações, voltada ao mercado de crédito consignado — um setor que movimenta bilhões de reais e apresenta diversos indícios de irregularidades em contratos firmados com bancos e fintechs.
Objetivo das investigações
A convocação de Leila Pereira é vista como uma etapa essencial para esclarecer as relações financeiras entre a Crefisa e o INSS. A CPMI busca entender como ocorreram as falhas e fraudes nesses contratos e quem são os responsáveis diretos pelas perdas sofridas pelos beneficiários do instituto.
O colegiado afirma que pretende garantir transparência e responsabilizar todos os envolvidos no esquema de irregularidades.