A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o escândalo de descontos ilegais em aposentadorias confirmou para segunda-feira, 15, o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.
Contexto do depoimento
Antunes é apontado como um dos articuladores do esquema que desviou bilhões do INSS, impondo cobranças não autorizadas a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2022. O depoimento foi confirmado pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que ressaltou o interesse da própria defesa do empresário em que ele fale à comissão.
Inicialmente, os advogados haviam comunicado que ele não compareceria, amparados em decisão do ministro André Mendonça (STF), que havia determinado que a presença de investigados seria facultativa.
Divergência entre CPMI e STF
A decisão de Mendonça gerou atrito com a comissão. O presidente da CPMI considerou a posição “injustificável” e anunciou que buscaria um mandado de segurança no Supremo para assegurar a obrigatoriedade do comparecimento de Antunes e de seu sócio Maurício Camisotti, também investigado.
Na última sexta-feira (12), ambos foram presos pela Polícia Federal sob suspeita de risco de fuga e ocultação patrimonial.
Declarações políticas e defesa
Carlos Viana defendeu que o comparecimento é crucial para acelerar os trabalhos:
“É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu.”
Já a defesa de Camisotti divulgou nota alegando que não há justificativa para a prisão, prometendo recorrer a todas as medidas legais para assegurar os direitos do empresário.