Parlamentares também autorizam seis pedidos de prisão e suspendem passaportes de investigados
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (6), a acareação entre o advogado Eli Cohen, responsável por denunciar o esquema de fraudes nos descontos previdenciários, e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores do esquema.
O deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS), autor do requerimento, afirmou que o confronto direto entre os dois pode trazer novos elementos à investigação, embora tenha alertado que acareações do tipo “têm potencial para se transformar em espetáculos midiáticos”.
Seis pedidos de prisão e novos desdobramentos
Durante a sessão, o colegiado também aprovou seis pedidos de prisão preventiva a serem encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles o do empresário Vinícius Ramos, representante do Instituto Terra e Trabalho, entidade vinculada à Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais).
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), explicou que o pedido poderá ser revogado caso o investigado agende o próprio depoimento.
“Se o senhor Vinícius Ramos marcar uma data para comparecer, a prisão será suspensa. Caso contrário, o pedido seguirá para execução pela Polícia Militar de Minas Gerais”, afirmou Viana.
Comissão já aprovou mais de 180 requerimentos
Desde o início dos trabalhos, a CPMI do INSS já aprovou 186 requerimentos, incluindo convocações de testemunhas, solicitações de dados ao COAF e quebras de sigilo bancário.
Os membros do colegiado também aprovaram a suspensão dos passaportes dos investigados com ordem de prisão expedida, medida defendida pelo senador Izalci Lucas (PL-DF).
“Com as quebras de sigilo já realizadas e os problemas identificados, a Justiça precisa agir rapidamente. O bloqueio dos passaportes evita fugas e impede o envio de recursos ilícitos ao exterior por meio de fintecs e canais financeiros paralelos”, afirmou o parlamentar.
Audiências públicas no Maranhão e em Minas Gerais
A CPMI ainda deliberou a realização de duas audiências públicas — uma no Maranhão e outra em Minas Gerais — com o objetivo de aprofundar as investigações e ouvir vítimas e autoridades locais envolvidas nos desdobramentos do caso.
O presidente Carlos Viana destacou que a comissão entra em uma fase “decisiva”, voltada à responsabilização dos operadores e do núcleo político que teria sustentado as fraudes previdenciárias.