Com um déficit recorde projetado para ultrapassar R$ 2 bilhões em 2024, os Correios ampliaram drasticamente os gastos com patrocínios durante os dois primeiros anos do governo Lula, informa Cláudio Humberto do Diário do Poder.
Entre janeiro e setembro deste ano, os contratos de patrocínio totalizaram R$ 32,2 milhões, um salto impressionante em comparação aos R$ 3,3 milhões de 2023 e um abismo frente aos R$ 1,1 milhão gastos entre 2019 e 2022 sob a gestão Bolsonaro.
Prioridades questionáveis
Entre os beneficiados pela gastança está o festival de música Lollapalooza, que recebeu R$ 6 milhões dos Correios em 2024. Segundo a estatal, o objetivo foi “fortalecer a imagem da marca junto ao público jovem”. No entanto, críticos apontam que, em um momento de rombo financeiro, a escolha revela uma gestão desalinhada com as prioridades da empresa.
Gestão sob suspeita
À frente dos Correios está Fabiano Silva dos Santos, apontado como um aliado próximo do PT e amigo de Zeca Dirceu, deputado federal e filho de José Dirceu. Apelidado dentro do partido como “churrasqueiro do Lula”, Santos tem sido alvo de críticas sobre sua experiência e direcionamento das ações estratégicas da estatal.
Resposta e justificativas
Após questionamentos, os Correios responderam, alegando que a alta nos gastos visa corrigir o “apagamento de marca” causado por cortes em publicidade e patrocínios durante o governo anterior. Segundo a empresa, a redução de visibilidade gerou perda de clientes e impacto na receita, um problema que a atual gestão estaria tentando mitigar com os novos contratos.
A estatal defendeu os patrocínios, afirmando que todas as ações são baseadas em uma metodologia de precificação específica, com contrapartidas negociais, sociais e ambientais proporcionais aos valores investidos.
Especialistas e opositores destacam que o aumento exponencial dos gastos com marketing e patrocínios não condiz com a situação financeira dos Correios. Para muitos, a decisão reflete uma tentativa de impulsionar agendas de visibilidade, sem atacar problemas estruturais que afetam a eficiência e a lucratividade da empresa.
Com os cofres no vermelho e medidas polêmicas sendo adotadas, a gestão dos Correios no governo Lula enfrenta um escrutínio crescente, com críticas que vão desde a alocação de recursos até os critérios de escolha de seus gestores.