O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, afirmou nesta sexta-feira (31) que a taxação federal de 20% sobre compras de até US$ 50 teve um impacto negativo de R$ 2,2 bilhões no faturamento da estatal.
No entanto, segundo levantamento do portal Poder360, os efeitos da taxação foram bem menores, com um impacto estimado entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões.
Maior déficit da história dos Correios
O déficit total dos Correios em 2024 atingiu R$ 3,2 bilhões, o maior prejuízo já registrado pela empresa em um único ano. O valor supera o déficit de R$ 2,1 bilhões de 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT).
A estatal havia projetado uma receita de R$ 22,7 bilhões para 2024, mas com a queda no volume de importações, a estimativa foi reduzida para R$ 20,1 bilhões, um crescimento modesto de 1,5% em relação a 2023.
Por outro lado, a empresa adotou medidas administrativas que reduziram a projeção de despesas de R$ 22,5 bilhões para R$ 21,9 bilhões, uma economia de R$ 600 milhões.
Correios inflacionam impacto da ‘taxa das blusinhas’
A receita dos Correios com importações atingiu seu auge em 2021, durante a pandemia, quando a estatal faturou R$ 1,5 bilhão com o segmento. No entanto, mesmo considerando o impacto da tributação, especialistas apontam que a empresa superestimou os números.
Ao ser questionado sobre essa discrepância entre os valores declarados e as estimativas do mercado, Fabiano Silva dos Santos não se pronunciou.
Presidente dos Correios é ligado ao governo Lula
Fabiano Silva dos Santos foi indicado para comandar os Correios pelo grupo Prerrogativas, um coletivo de advogados alinhados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e críticos da Operação Lava Jato.
Ele também é próximo do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro condenado José Dirceu, e ganhou notoriedade na imprensa como o “churrasqueiro de Lula”, por sua relação próxima com o petista.
Com a crise financeira enfrentada pelos Correios, cresce a pressão para que o governo federal adote medidas para reequilibrar as contas da estatal.