Presidente permanece hospedado em embarcação de luxo; frota inclui outro barco reservado para apoio logístico
Durante a Cúpula de Líderes da COP30, realizada em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com o apoio de uma embarcação de luxo denominada Paiva Neto, equipada com dez cabines e estrutura completa para hospedagem. O iate, classificado como barco de apoio, está disponível para uso da comitiva presidencial durante o evento.
O custo médio de locação de embarcações desse porte na região é estimado em R$ 12 mil por dia, o que representa uma despesa mínima de cerca de R$ 120 mil para o período previsto de permanência do presidente no Pará.
Hospedagem presidencial
Lula chegou à capital paraense no sábado (1º) e está hospedado em outro iate, o Iana 3, ancorado na Base Naval Val de Cães. A embarcação foi alugada pela Presidência junto à empresa Icotur Transporte e Turismo, sediada em Manaus (AM).
A travessia do Iana 3 pelo rio Amazonas até Belém consome aproximadamente 4 mil litros de diesel e leva cinco dias no trajeto de ida e sete dias na volta, devido à contra-correnteza.
Detalhes da frota e deslocamentos
Construído em Manaus e adquirido em setembro pela empresa Nemo, de Belém, o Paiva Neto atuou como barco de apoio durante a visita de Lula ao quilombo Itacoã, em Acará, a cerca de 120 km de Belém, na segunda-feira (3). Na ocasião, o presidente e a primeira-dama Janja da Silva realizaram o deslocamento no Iana 3, acompanhados dos ministros Anielle Franco (Igualdade Racial) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).
Transparência e questionamentos sobre custos
O governo chegou a avaliar a possibilidade de utilizar uma embarcação da Marinha do Brasil para hospedar o presidente durante a COP30, mas a opção foi descartada por não atender aos padrões de conforto e logística exigidos pela Presidência.
Desde 2023, a Casa Civil mantém no ar um portal de transparência com informações sobre os gastos de hospedagem presidencial, conforme determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, os dados mais recentes disponíveis são de julho, o que tem gerado questionamentos sobre a atualização e a publicidade dos custos relacionados às viagens oficiais.