O conselho eleitoral da Geórgia, dominado pelo Partido Republicano, decidiu nesta sexta-feira, 20, que a contagem de votos para a eleição presidencial de 5 de novembro será feita manualmente. A votação foi apertada, com um placar de 3 a 2, e a nova regra pode impactar milhões de cédulas em um dos estados que podem decidir a eleição.
Com essa mudança, a Geórgia se torna o primeiro estado dos EUA a incluir a contagem manual como parte do processo regular de apuração.
A decisão foi criticada por figuras proeminentes, como o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, e o presidente do conselho, John Fervier. Raffensperger alertou que a contagem manual pode resultar em “oportunidades para erros, cédulas perdidas ou roubadas e fraudes”.
Administradores eleitorais e outras partes envolvidas também contestaram a mudança, argumentando que a alteração dos procedimentos é desnecessária e problemática nesta fase do processo eleitoral. Defensores dos direitos de voto afirmaram que a contagem manual pode abrir espaço para contestações infundadas, potencialmente causando caos nas eleições.
Janelle King, uma das membros do conselho, apoiou a medida, defendendo que é fundamental para assegurar a precisão dos resultados, mesmo que isso cause atrasos. “O que não quero é estabelecer um precedente em que priorizamos a velocidade em detrimento da precisão”, afirmou King.
Essa nova contagem manual se insere em uma série de mudanças impulsionadas pela maioria conservadora do conselho, que alega que as medidas visam garantir a segurança das eleições.
Em 2020, Donald Trump perdeu na Geórgia para Joe Biden por menos de 12.000 votos e, desde então, tem afirmado, sem evidências, que o resultado foi influenciado por fraude.