O deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ), vice-presidente do PT, manifestou que ainda não está totalmente convencido da suposta participação de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE), no assassinato da vereadora Marielle Franco, conforme sugerem as investigações em curso.
“Não posso afirmar que é inocente ou culpado. Ainda não vi provas conclusivas. Conheço-o há 20 anos. Seria uma grande surpresa [se ele estiver envolvido], pois é algo chocante”, declarou o parlamentar à Coluna do Estadão. “Acredito que não é apropriado apontar a inocência de alguém sem termos clareza sobre todas as circunstâncias.”
Anteriormente, quando o nome de Brazão surgiu na delação de Ronnie Lessa, executor confesso do crime, Quaquá havia expressado sua descrença no envolvimento do conselheiro de contas do Rio.
No último domingo (24), a Polícia Federal prendeu o conselheiro Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho, deputado federal pelo União-RJ, e o ex-chefe da Polícia Civil fluminense delegado Rivaldo Barbosa. As investigações identificaram os três com base em evidências obtidas a partir da delação premiada de Ronnie Lessa.
Embora adote uma postura cautelosa em relação ao clã Brazão, o deputado federal é contundente ao comentar o suposto envolvimento de Rivaldo Barbosa. Ele considera que a implicação do delegado sugere que as instituições do Rio estão “profundamente associadas ao crime organizado” e “abre caminho para a atuação da PF na desarticulação dessa conexão entre o crime e o Estado”.
Apesar de geralmente criticar as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Quaquá avaliou positivamente a conduta do magistrado no caso, classificando-a como “totalmente democrática”.
