O conselheiro sênior do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Jason Miller, fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, neste domingo (12). Em publicação nas redes sociais, Miller afirmou que “não vai desistir até que o careca esteja atrás das grades e receba tudo o que merece”.
O assessor norte-americano classificou como “nojento” o tratamento dado por Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a quase 30 anos de prisão por suposta tentativa de golpe de Estado.
“O que ele fez com Filipe Martins é repreensível”, escreveu Miller, em referência ao ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro.
A mensagem foi publicada em resposta a um post do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que destacou que Martins teria sido preso por uma viagem que não realizou e acusado de participar de uma reunião inexistente.
“@STF_oficial @Alexandre de Moraes belongs in PRISON! What he’s doing to President @JairBolsonaro is disgusting, and what he did to @filgmartin is reprehensible. I’m not going to let up until baldy is behind bars getting everything he deserves!!!”
— Jason Miller, no X (antigo Twitter), em 11 de outubro de 2025
Histórico de embates com Moraes
Jason Miller, que integra a equipe de comunicação e estratégia de Trump, já havia subido o tom contra Moraes em outras ocasiões.
No mês passado, após o ministro afirmar em sessão do STF que “a soberania nacional jamais será negociada”, Miller respondeu com ironia nas redes:
“Seria sábio para o STF e para Alexandre de Moraes saber que os Estados Unidos não negociam com terroristas.”
A fala foi interpretada como uma reação à postura do magistrado diante das investigações que atingem Bolsonaro e seus aliados, incluindo acusações de perseguição política e censura a opositores.
Caso Filipe Martins
O nome de Filipe Martins voltou ao centro das discussões internacionais após a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) confirmar que ele não entrou no país em 30 de dezembro de 2022, data usada por Moraes para justificar sua prisão por seis meses.
A agência americana classificou o registro usado pelo STF como “errôneo” e afirmou que sua inclusão em sistemas oficiais “permanece sob investigação”, repudiando qualquer uso indevido dessa informação para fundamentar condenações.
O caso reforçou críticas internacionais à condução dos processos do 8 de janeiro e aprofundou o atrito diplomático entre Washington e Brasília, especialmente após o governo Trump retomar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio ministro Moraes.