A deputada republicana María Elvira Salazar, reeleita para seu terceiro mandato no Congresso americano, intensificou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Salazar, filha de refugiados cubanos, é conhecida por sua posição contundente contra regimes socialistas na América Latina e pelo apoio às liberdades fundamentais.
Durante entrevista à Gazeta do Povo, Salazar reafirmou que a administração de Donald Trump, caso se concretize em 2025, adotará medidas severas contra líderes e governos autoritários da região, incluindo o Brasil, caso direitos democráticos e liberdades de expressão continuem sendo violados.
Críticas ao STF e ao governo Lula
Salazar destacou a atuação do ministro Alexandre de Moraes como emblemática de uma política autoritária.
Ela lembrou as ações do ministro contra plataformas como o Twitter, liderado por Elon Musk, e denunciou práticas que considera “repressoras”.
A congressista sugeriu que a nova administração republicana avalie suspender vistos e bloquear bens de autoridades brasileiras envolvidas no que classificou como “silenciamento de dissidentes”.
— Muitos desses líderes fingem não se importar, mas enviam suas famílias para Miami e investem em propriedades aqui. Isso precisa acabar — afirmou.
Democracia na América Latina
Salazar indicou que Trump priorizará a América Latina no combate ao autoritarismo. Segundo ela, a escolha de figuras como Marco Rubio, para liderar o Departamento de Estado, e Mike Waltz, como Conselheiro de Segurança Nacional, reflete essa preocupação.
— Lula e Petro [presidente da Colômbia] devem ter cuidado antes de seguir pelo mesmo caminho de Maduro e Ortega. O presidente Trump terá tolerância zero para novas tentativas de repressão na região — alertou.
China, Rússia e crime organizado
Outra prioridade será conter a influência de potências como China e Rússia na região, além de combater o narcotráfico e o crime organizado. Salazar afirmou que a colaboração com governos alinhados, como o de Javier Milei, na Argentina, será essencial para enfrentar essas ameaças.
— Estamos prontos para trabalhar com líderes de mentalidade semelhante e adotar políticas de tolerância zero contra o crime e o autoritarismo — explicou.
Resposta ao socialismo e à liberdade de expressão
Salazar também criticou o avanço de políticas que considera socialistas, incluindo a atuação de ONGs financiadas por grupos como os de George Soros.
Ela sugeriu que a revisão dos subsídios americanos para essas entidades será uma das prioridades do Departamento de Estado sob comando republicano.
— Precisamos garantir que os recursos americanos não sejam usados para promover agendas que enfraquecem a democracia e silenciam vozes independentes — concluiu.
Apoio à diáspora brasileira
A congressista destacou sua conexão com a comunidade brasileira na Flórida, afirmando que a experiência de imigrantes brasileiros com o atual governo reflete os mesmos perigos enfrentados por cubanos e venezuelanos que fugiram de regimes autoritários.
Salazar reafirmou seu compromisso de representar os interesses dessa diáspora e de manter o Congresso americano atento às violações de direitos na América Latina.