A ministra da Cultura, Margareth Menezes, liderou uma comitiva de 14 pessoas ao Festival de Cannes, na França, sob a justificativa de promover a presença cultural do Brasil no exterior. Do grupo, nove eram servidores do Ministério da Cultura e cinco, atores convidados. O governo federal custeou as passagens de todos, além de diárias e hospedagens para estadias entre seis e 15 dias, embora o valor total da viagem ainda não tenha sido divulgado oficialmente.
Em nota, o ministério justificou a viagem como parte de uma estratégia para “promover o talento brasileiro e fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e França no campo da cultura e da economia criativa”. A presença brasileira foi motivada, principalmente, pelo lançamento do filme O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, selecionado para disputar a Palma de Ouro.
A produção conta com Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone e Alice Carvalho, e foi financiada com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), administrado pela Ancine, vinculada ao ministério. A participação brasileira no evento também incluiu presença no Marché du Film, espaço de negócios do setor audiovisual.
A chegada da delegação brasileira a Cannes ganhou destaque nas redes sociais após publicação do Ministério da Cultura que superou 900 mil visualizações no X. No vídeo, Margareth Menezes aparece dançando frevo ao lado de artistas e convidados, com a legenda: “É assim que o Brasil sobe o tapete vermelho do grandioso Festival de Cannes”.
Entre os servidores que integraram a comitiva estavam a assessora especial Teresa Cristina Fernandes, a chefe de comunicação Gabriella Gualberto, a secretária de audiovisual Joelma Gonzaga e Daniel Tonacci, representante da Ancine.
Os cinco atores convidados — Hermylla Guedes, Kaiony Venâncio, Robério Diógenes, Carlos Francisco Oliveira e Laura Luiza Silva — atuaram como “colaboradores eventuais” do ministério, com funções de representação artística. Outros integrantes do elenco viajaram por iniciativa das produtoras envolvidas na realização do filme.
A ministra Margareth Menezes permaneceu na França entre os dias 12 e 19 de maio, participando de painéis sobre o setor audiovisual brasileiro, de reuniões com produtores e de encontros institucionais, como o realizado com a ministra da Cultura da França, Rachida Dati. A viagem e o tamanho da comitiva geraram críticas nas redes sociais e entre parlamentares, que questionaram a necessidade e o custo da presença governamental tão expressiva no evento.
