Parlamentares de oposição afirmam que a nova etapa da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, ampliou a pressão política sobre o governo Lula e pode levar as investigações ao “núcleo duro” do Planalto. A leitura é de que a apuração, que já alcançou personagens citados em depoimentos e documentos ligados ao caso, entra em uma fase sensível por envolver nomes associados ao entorno do presidente.
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) declarou que os fatos reforçam a percepção de avanço das investigações em direção ao centro do poder. “Fica evidente que as investigações se aproximam do núcleo duro do governo. Esse roteiro não é novidade”, afirmou.
Oposição pede convocações na CPMI
Segundo integrantes da oposição, a CPMI que investiga o caso no INSS deve intensificar a cobrança por depoimentos e esclarecimentos. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), já teria defendido a convocação de pessoas citadas em diferentes frentes do inquérito, dentro da estratégia de “fechar o cerco” sobre os responsáveis e eventuais beneficiários do esquema.
Mensagens e citações viram munição política
O deputado Marcel van Hattem (Novo-SC) afirmou que mensagens mencionadas no contexto da investigação seriam indicativas de que a apuração atingiu um patamar mais grave. Para ele, o conteúdo seria elemento suficiente para justificar medidas adicionais de apuração e o aprofundamento das diligências.
Pressão por ampliação do foco
Outros parlamentares da oposição, como Zucco (PL-RS) e Capitão Alden (PL-BA), defendem que a CPMI avance sobre todos os nomes citados no caso, incluindo autoridades com cargos políticos relevantes, para evitar que a investigação se limite a operadores e intermediários.
O deputado Rodrigo da Zaeli (PL-MT) também afirmou que a apuração pode chegar ao “núcleo mais íntimo do presidente”, ao mencionar familiares e pessoas próximas, e disse temer interferências que possam frear o avanço das investigações.
Próximos passos
A expectativa no Congresso é que a CPMI volte a discutir requerimentos de convocação, pedidos de informações e novas diligências. Do ponto de vista político, a oposição tenta transformar o caso em um teste de força: de um lado, a promessa de aprofundar as apurações; de outro, a disputa por controlar o ritmo e o alcance dos depoimentos e documentos que podem vir à tona.