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terça-feira, 5 agosto, 2025
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Chanceler ataca brasileiros que denunciaram abusos e rejeita pressão dos EUA

Por Alexandre Gomes

Durante cerimônia oficial no Itamaraty, nesta segunda-feira (4), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, adotou tom duro contra os Estados Unidos e contra brasileiros que, segundo ele, estariam colaborando com pressões internacionais sobre o governo Lula. Sem citar nomes, o chanceler criticou duramente o que classificou como um “conluio antipatriótico”, numa referência clara ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro e ao jornalista Paulo Figueiredo, que têm denunciado violações democráticas do Supremo Tribunal Federal em solo americano.

Vieira repudiou qualquer tentativa de negociação com o governo de Donald Trump após a imposição de sanções comerciais ao Brasil, que incluem um tarifaço de 50% sobre grande parte das exportações nacionais. A medida norte-americana está diretamente ligada à escalada de perseguições contra Jair Bolsonaro, seus aliados e apoiadores — fatos que vêm sendo amplamente denunciados como abusos de poder por parte do Judiciário brasileiro.

“A nossa Constituição não é moeda de troca em mesa de negociação”, disse Vieira, sugerindo que o governo brasileiro não estaria disposto a rever nenhum ato, mesmo diante do impacto econômico das medidas impostas pelos EUA. Segundo o chanceler, as ações americanas são fruto de “ataques orquestrados por brasileiros em aliança com forças estrangeiras”, o que para ele configura uma afronta à “soberania nacional”.

O discurso foi visto por analistas como uma tentativa de isolar e descredibilizar a atuação de brasileiros que vêm denunciando a politização do Judiciário e a censura de opositores. O governo Lula, ao invés de buscar diálogo diplomático, optou por atacar aqueles que expõem internacionalmente os excessos praticados no país.

Na semana anterior, Mauro Vieira esteve em Washington em reunião com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Apesar da conversa diplomática, o ministro reforçou a postura de enfrentamento e prometeu não ceder a “pressões externas”.

Enquanto isso, a campanha internacional liderada por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo segue ganhando força. Ambos defendem sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, acusado de liderar perseguições políticas contra conservadores no Brasil. Moraes, assim como outros sete ministros do STF, já teve seu visto americano suspenso. Na semana passada, foi incluído oficialmente na Lei Magnitsky — a mais dura sanção aplicada pelos EUA contra autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos.

Para setores conservadores, a resposta do governo é um sinal de desespero frente à crescente exposição internacional dos abusos internos. Ao invés de corrigir os rumos e respeitar liberdades democráticas, o Planalto escolheu demonizar quem denuncia os excessos.

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