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quarta-feira, 5 fevereiro, 2025
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CGU investiga empresa suspeita de fraude contratada por R$ 321 milhões pelo governo Lula

Por Alexandre Gomes

A Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma investigação sobre a R7 Facilities, empresa contratada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) para fornecer 1,2 mil funcionários terceirizados a 12 ministérios durante três anos. O contrato, que soma R$ 321 milhões, levantou suspeitas de fraude em licitações e possíveis declarações falsas.

A CGU determinou a instauração de um Processo Administrativo de Responsabilização (PAR), que pode resultar em multas de até 20% do faturamento bruto da empresa ou até restrições para contratação com a administração pública.


Contratação sob suspeita

A R7 Facilities venceu a licitação promovida pela pasta da ministra Esther Dweck, apresentando o menor preço e superando 40 concorrentes. O contrato, um dos maiores do setor nos últimos anos, segue em fase de análise de recursos.

O Ministério da Gestão e da Inovação justificou que a empresa não possui condenações que impeçam sua participação, cumprindo os requisitos técnicos, operacionais e financeiros. No entanto, quatro empresas entraram com recursos, alegando que a R7 teria se beneficiado indevidamente de incentivos fiscais.


Possível empresa de fachada

As investigações da CGU e da Polícia Federal apontam que a R7 Facilities pode estar registrada em nome de um laranja, além de operar em conjunto com outras empresas para simular concorrência e inflacionar balanços financeiros.

A empresa está formalmente em nome de Gildenilson Braz Torres, um técnico em contabilidade da periferia do Distrito Federal. Ele morava em uma casa simples, chegou a receber auxílio emergencial e possuía apenas R$ 523,64 em sua conta bancária, segundo registros de 2022.

Apesar disso, desde 2019, a empresa já acumulou R$ 696,8 milhões em contratos com o governo federal. Somente a partir de 2023, com a posse do governo Lula, a R7 expandiu significativamente suas operações.


Conexão com presídio de Mossoró

A R7 Facilities também prestava serviços de manutenção no presídio federal de Mossoró (RN), de onde dois detentos ligados ao Comando Vermelho fugiram em fevereiro de 2024. Após o episódio, o Ministério da Justiça solicitou que a Polícia Federal e a Receita Federal investigassem a empresa.


Defesa da R7 e posicionamento do governo

O advogado da empresa, Murilo Jacoby Fernandes, afirmou que a R7 vence licitações de forma regular e que as acusações seriam ataques de concorrentes.

O MGI declarou que o processo ainda está em fase de análise de recursos e que nenhuma condenação foi identificada que inviabilize a participação da R7. Além disso, alegou que a legislação vigente não exige consulta prévia à Polícia Federal para avaliar a idoneidade da empresa.

A CGU, no entanto, segue investigando indícios de fraude e uso de documentos falsos, podendo levar à anulação da contratação e penalizações severas à empresa e seus responsáveis.

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