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domingo, 6 outubro, 2024
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Censura seletiva: Por que alguns podem, e outros não, criticar Lula?

Por Marina B.

Em novembro de 2023, tive a oportunidade de fazer um discurso na sede da ONU em Nova Iorque, abordando várias questões que impactavam e continuam impactando nosso país. Na segunda metade do meu pronunciamento, que durou quase oito minutos, declarei que “Lula é um ladrão que deveria estar na cadeia”. O que se seguiu foi uma exibição de hipocrisia por parte da esquerda.

Segundo relatos da própria mídia, após minha declaração, Lula enviou um comunicado ao Ministério da Justiça, alegando ter tomado conhecimento do meu discurso “com teor ofensivo à sua honra” pela internet. Agradeço ao presidente por acompanhar meu conteúdo e sugiro que continue fazendo isso. Talvez assim ele tenha menos tempo para aumentar impostos, receber ditadores e evitar “gafes”, como alguns comentam.

Em janeiro deste ano, o então secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, solicitou a abertura de um inquérito policial para investigar o caso ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Isso ocorreu após uma equipe de policiais dar voz de prisão a um homem de 50 anos em Montes Claros-MG, acusado de insultar o então candidato petista à presidência, chamando-o de “ladrão, safado e sem vergonha” em setembro de 2022.

A Polícia Federal solicitou a abertura de um inquérito contra mim, e a investigação foi autorizada pelo ministro Luiz Fux no início deste mês, coincidentemente logo após eu pedir mais informações sobre as denúncias feitas por Elon Musk sobre censura e ordens ilegais de Alexandre de Moraes.

Quanto à investigação, é tudo muito simples. Primeiro, não há nada a investigar se o comportamento foi público, gravado e está em minhas redes sociais. Além disso, minha liberdade de expressão deveria estar legalmente protegida pela imunidade parlamentar, já que foi um evento oficial nas Nações Unidas. Por último, não vimos o mesmo acontecer após situações semelhantes, inclusive com um presidente da República, quando o termo “genocida” não foi considerado calunioso.

Nos últimos dias, postei vídeos nas minhas redes sociais com falas de anos anteriores por figuras políticas influentes. Destaco algumas aqui:

“Em relação à última questão do nosso simpatizante aqui de um governo corrupto que foi colocado pra fora do Brasil pela corrupção, pela falta de vergonha na cara de quem roubava bilhões e bilhões. Se ao invés de roubar bilhões tivessem investido na segurança, se ao invés de desviar dinheiro pra construir porto em Cuba, tivessem investido em presídio, nós estaríamos muito melhor. Obrigado.” – Fala do Alexandre de Moraes, como Ministro da Justiça em 2017, respondendo a um estudante.

“E é isso, cadeia nesse corrupto chamado Lula, nesse safado, nesse ladrão, nesse delinquente desgraçado que afundou o nosso país” – Fala de Felipe Neto.

“Quem quebrou o Brasil, Lula, foi o seu partido. Quem quebrou a Petrobras foi o PT. Quem conseguiu conciliar inflação alta, juro alto, e déficit explosivo: PT. A trilogia do capeta, meu filho.” – Fala do jornalista Reinaldo Azevedo.

“O Lula não tem a capacidade de fazer um mea culpa como o grande orquestrador do até então maior escândalo da história da República que foi o Petrolão.” – Fala da na época, senadora Simone Tebet.

“O governo Lula era uma roubalheira e só a bandidagem do PT que tinha acesso a isso.” – Fala do então deputado André Janones.

“O Lula é o retrato do PT. Partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites.” – Fala de quem é hoje o vice presidente da República, Geraldo Alckmin.

A grande questão é: por que Lula não agiu da mesma forma com os outros que fizeram o mesmo que eu? E mais: por que ele convidou alguns dos que o atacaram no passado para participarem ativamente de seu atual mandato? As respostas já são conhecidas, mas é importante destacar que, mesmo com declarações muito mais duras do que as minhas, nada semelhante aconteceu com essas pessoas. Tentar me censurar não mudará o que eu e milhões de brasileiros pensamos. Na verdade, o efeito está sendo exatamente o oposto; e, quer percebam ou não, estão fortalecendo cada vez mais a Direita. As declarações são do deputado federal Nikolas Ferreira, que é perseguido pelo governo Lula.

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