O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa, Michelle Bolsonaro, entraram com uma ação no Juizado Especial Cível do Distrito Federal, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), buscando retratação após a descoberta dos móveis supostamente desaparecidos do Palácio da Alvorada, que foram encontrados na própria residência oficial. O casal também está exigindo uma indenização de R$ 20 mil por danos morais. Até o momento, o Palácio do Planalto não respondeu aos contatos feitos pelo Estadão.
Os 261 itens desaparecidos foram localizados pelo próprio governo, 10 meses após terem sido declarados como “sumidos”. Logo no início de 2023, pouco após a posse, Lula e sua esposa, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, relataram o desaparecimento de objetos após a saída de Bolsonaro e Michelle do Alvorada, além de divulgarem o estado precário de conservação em que afirmaram ter encontrado a residência presidencial.
Na ação protocolada na sexta-feira (22), o casal Bolsonaro solicita uma indenização como uma forma de “medida pedagógica”. Se concedida pela Justiça, a quantia será doada ao Instituto do Carinho, uma instituição beneficente em Brasília, que auxilia crianças em situação de vulnerabilidade social.
Jair e Michelle também demandam uma retratação adequada por parte de Lula, que inclui uma coletiva de imprensa oficial no Palácio da Alvorada e uma retratação nos canais oficiais de comunicação do governo federal, assim como na GloboNews, devido a uma entrevista exclusiva concedida pela primeira-dama ao veículo em 18 de janeiro, onde ela mostrou o estado das instalações do Alvorada após a chegada do casal.
A ação indenizatória, intitulada “Casal Bolsonaro x Lula”, alega que: “Não é segredo para ninguém, dada a abundância de vídeos em noticiários e redes sociais, que o réu (Lula), aparentemente, sente-se incomodado – e muito – com as pessoas dos autores (Jair e Michelle Bolsonaro). Portanto, resta-lhe apenas bradar e proferir inverdades sobre eles”.
A descoberta dos itens desaparecidos foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão na quarta-feira (20). A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência afirmou que os itens foram encontrados em “dependências diversas” dentro do Palácio da Alvorada, embora tenha se recusado a fornecer detalhes sobre os locais específicos.
A ausência do mobiliário havia sido utilizada como justificativa pelo governo para adquirir novos itens para a residência presidencial. Um levantamento realizado pelo Estadão em dezembro do ano passado revelou que o governo federal gastou R$ 26,8 milhões com reformas, compra de novos móveis, materiais e utensílios domésticos para os palácios presidenciais de Brasília em 2023.
Uma nota técnica datada de 2 de fevereiro do ano passado, usada para justificar a compra dos novos itens, citou que a “falta de mobiliário” colocava Lula e Janja em risco, expondo-os ao morar em imóveis privados e hotéis. O documento também incluiu imagens de uma entrevista da primeira-dama à GloboNews, onde ela denunciou os desgastes no Alvorada.
O palácio da Alvorada possui 2 depósitos e um setor que cuida de todo o patrimônio, assim como sua manutenção.
Lula morou lá entre 2003 e 2010, e torna-se impossível ele não ter conhecimento desses fatos.
O casal Bolsonaro durante sua permanência no Alvorada, preferiu utilizar seus próprios móveis, que eram da sua casa no Rio de Janeiro. Foram esses móveis que o casal Bolsonaro retirou do Alvorada, quando saiu de lá. Por isso a sala e o quarto estavam vazios. Caberia ao setor de patrimônio informar ao novo morador que os móveis do Alvorada estavam no depósito a e disposição, para serem recolocados.
